Chefe do Programa de Educação Continuada em Cirurgia Minimamente Invasiva do Mount Sinai School of Medicine (Nova York, EUA), a médica norte-americana de origem indiana Rahda Syed, 50 anos, esteve no Brasil em abril para aprender o smartlipo, técnica que usa o laser na lipoaspiração, sob a orientação do cirurgião Alberto Goldman, titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
A técnica se tornou famosa nos EUA depois que atrizes como Jennifer Aniston se renderam a ela. Foi Goldman quem realizou os primeiros trabalhos científicos comprovando os resultados do smartlipo e hoje treina médicos de diferentes continentes. A presença da especialista mostra que o país não é apenas um exportador de cientistas e médicos, mas um produtor de conhecimento na área da saúde.
Diário Catarinense - O que os cirurgiões plásticos brasileiros têm a ensinar para os norte-americanos?
Rahda Syed - O Brasil é a capital do mundo em cirurgia plástica. Vocês, no Brasil, estão muito avançados nessa área, e a cirurgia plástica no Brasil está acessível a pessoas comuns, o que ainda não ocorre nos EUA. Nos últimos cinco anos, porém, aumentou muito a demanda por tratamentos estéticos. Vim aprender técnicas com o doutor Goldman (Alberto Goldman, titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica). O smartlipo (procedimento que usa o laser na lipoaspiração), sobre a qual realizou os primeiros trabalhos científicos, tornou-se muito famosa nos EUA.
DC - Quais são os novos procedimentos?
Rahda - Existem avanços nas duas áreas: tratamentos estéticos cirúrgicos e não-cirúrgicos. Em medicina estética, há botox, preenchimentos, laser e luzes especiais que estimulam a produção de colágeno e promovem a retração da pele. Com esses procedimentos, é possível adiar a cirurgia. Entre as técnicas cirúrgicas, a novidade é o uso de laser, como o smartlipo, que se tornou conhecido depois que atrizes famosas como Uma Thurman e Jennifer Aniston recorreram à técnica. Trata-se de uma lipoaspiração assistida pelo laser, o que torna a recuperação mais curta. O laser penetra no tecido subcutâneo e promove a retração da pele. É uma vantagem usar o método quando se tem uma flacidez de pele, por exemplo, na parte interna da coxa e nos braços. Mas a técnica não é um milagre, podemos ter complicações e maus resultados. Depende da experiência e do conhecimento do cirurgião, das aspirações do paciente e de outras variáveis.
DC - Qual é o futuro da cirurgia plástica?
Rahda - A cirurgia plástica será algo acessível a maioria das pessoas. Todo mundo quer parecer jovem e bonito por mais tempo. As pessoas estão vivendo mais e precisam estar jovens para ser competitivas no mercado de trabalho. Além disso, nos EUA, metade dos casamentos terminam. Isso significa que as pessoas voltam a namorar e precisam estar bonitas para isso.
Fonte: Diário Catarinense - 12-05-2008