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15-05-2008 - Contra a infecção hospitalar em SC

Hoje é o Dia Nacional do Controle de Infecção Hospitalar, mas Santa Catarina é um dos oito estados brasileiros que não criaram uma comissão para combater o problema. A Vigilância Sanitária e a secretaria de Saúde articulam a formação dessa comissão, mas ainda não há data para que ela seja composta e passe a funcionar.
A diretora da Vigilância Sanitária de Santa Catarina, Raquel Bittencourt, diz que, apesar de não haver um agrupamento dedicado especificamente à tarefa, esse controle é feito pela Secretaria da Saúde, em trabalho integrado com as comissões de cada hospital.
Ela afirma que o mais importante é haver uma comissão instituída e atuante em cada hospital e, isso, todos os estabelecimentos de grande e médio porte de Santa Catarina têm.
- A dificuldade maior é com os pequenos, mas esses realizam poucos procedimentos complexos.
A comissão que será criada, contou, será formada por especialistas para orientar a Vigilância Sanitária e as áreas de serviços próprios de cada hospital.
Em 2007, a média de casos de infecção em pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de três hospitais da rede estadual foi de 18,82%. De acordo com o ministério da Saúde, o índice nacional é de 13%.
Raquel lembra que os números dos hospitais catarinenses citados (Hospital Hans Dieter Schmidt e São José, em Joinville; e Hospital São José, em Criciúma) referem-se especificamente aos pacientes de UTI, mais suscetíveis às infecções devido aos procedimentos mais invasivos.
- Mas hoje não trabalhamos mais com índice global. Usamos o de cada unidade, porque se faz trabalho específico para cada uma delas, que têm diferentes perfis de bactérias mais comuns. O do Joana de Gusmão não é o mesmo do Celso Ramos, que não é o mesmo do Hospital Universitário - explicou a diretora.
O conhecimento sobre os perfis de bactérias do hospital, a fim de ter os antibióticos adequados, é a segunda precaução mais importante. A principal é a lavação de mãos.

Pneumonias são as mais graves e que mais matam
A média de infecções hospitalares no Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, fica entre 12% e 13%, informou o chefe do Serviço de Controle de Infecções, Walter Araújo. Ele destacou que essa quantidade depende também da suscetibilidade de cada paciente.
As infecções mais graves e que mais matam, citou, são as pneumonias ligadas à ventilação mecânica, como os de pacientes que respiram por tubos na traquéia, e as causadas por sondas e catéteres nas veias.
- Todo hospital vai ter um número de pessoas com infecções. Senão, não seria hospital, seria um hotel - disse.
Araújo ainda observou que hospitais mais sofisticados e equipados têm taxas altas de infecções porque são os que recebem os pacientes em pior condição.

Sem coordenação

Fonte: Diário Catarinense - 15-05-2008


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