19-05-2008 - SES orienta população sobre formas de prevenir a hepatite

Para marcar o Dia Internacional da Hepatite, 19 de maio, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) vai realizar atividades de orientação à população sobre as formas de prevenção da doença. Além disso, a SES está incentivando a implementação da investigação e diagnóstico da hepatite nas unidades de saúde de diversos municípios catarinenses. A intenção é garantir a detecção precoce do problema, em especial a do tipo viral, e reduzir gastos com internações hospitalares.
Técnicos de saúde de vários municípios estão organizando atividades para informar as pessoas sobre a hepatite. Em Florianópolis, por exemplo, profissionais da SES e estudantes do mestrado do curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina vão às ruas no sábado, 17, para esclarecer dúvidas e orientar a população. Eles passarão a manhã no Mercado Público e no trapiche da Avenida Beira-mar.
Já na segunda, 19, a SES conjuntamente com a Secretaria Municipal de Saúde e o serviço de saúde do Complexo Penitenciário de Florianópolis vão orientar os detentos para que eles conheçam as maneiras de prevenir a doença. A atividade será realizada em dois horários: às 9h30 e às 14h30.
Considerada um dos maiores problemas de saúde pública do mundo, a hepatite B é a causa da morte de 1 milhão de pessoas por ano em todo o mundo. Atualmente, a estimativa é de que no planeta cerca de 1 milhão e meio de pessoas estejam infectadas com o vírus da Hepatite A, 350 milhões (mais ou menos 5% da população mundial) com o vírus da Hepatite B, e quase 200 milhões com o vírus da Hepatite C, dos quais 3,2 milhões estão no Brasil.
Dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) apontam que em Santa Catarina a média de custos anuais pelo SUS com internações por hepatite viral, câncer e transplante de fígado é de R$ 35.231,50, R$ 156.157,95 e R$ 3.219.832,31, respectivamente. Os valores triplicam se incluídos os custos com medicamentos. “O beneficio social e econômico será muito mais representativo se investirmos na prevenção, pois uma dose de vacina anti-hepatite B, por exemplo, custa aos cofres públicos apenas R$ 1,27”, explica a responsável pelo Programa Estadual das Hepatites Virais da DIVE, Elaine Tritany. A vacina está disponível gratuitamente em todas as unidades de saúde para os menores de 20 anos de idade e adultos pertencentes a grupos suscetíveis à infecção.
Outro aspecto importante na prevenção é a informação adequada, fazendo com que a maior parte da população possa evitar a doença com a adoção de hábitos saudáveis. A hepatite é a inflamação do fígado e pode ser provocada por abuso de bebida alcoólica, por reação não desejada de alguns remédios e por vírus. Somente a hepatite viral é transmitida de uma pessoa para outra. O vírus é muito resistente, e pode durar de horas a dias em materiais contaminados de sangue e secreções, sendo facilmente transmitido através do sexo sem camisinha e do uso de drogas com o compartilhamento de agulhas e seringas. Os vírus causadores de hepatites crônicas são 100 vezes mais infectivos que o HIV, e quando a doença evolui para cirrose ou câncer de fígado, costuma levar à morte em 25% dos casos. Além do tratamento ser delicado, o diagnóstico é difícil. Os sintomas podem se manifestar alguns anos após a infecção, o que representa uma ameaça silenciosa para qualquer pessoa.
Em 2007, foram notificados e investigados 3.145 casos de hepatites virais em Santa Catarina. As hepatites virais mais comuns são a do tipo B e C, sendo predominante em determinadas regiões conforme suas características. Como a hepatite B é uma doença sexualmente transmissível, a fonte de infecção mais comum é pelo sexo (19%), seguida pelo tratamento cirúrgico e dentário (16%). O maior número de casos é registrado na região oeste, sendo mais freqüente em mulheres de 20 a 29 anos. Por isso, a importância da vacinação nas pessoas com menos de 20 anos de idade.
Já a principal forma de infecção da hepatite C é pelo uso de drogas injetáveis (22%). A maioria dos portadores do vírus é do sexo masculino com idade entre 40 e 49 anos. O maior coeficiente de incidência da doença em Santa Catarina se apresenta na região sul e no litoral do estado.

Saiba mais:
Como se pega?

A hepatite B ou C é transmitida pelo sangue. A hepatite B também é uma doença sexualmente transmissível, e muito fácil de pegar. Pessoas que não usam camisinha quando praticam sexo correm o risco de se contaminar. A gestante portadora do vírus B pode transmitir para o seu bebê, por isso a importância do teste de hepatite na gestação. O uso de drogas com o compartilhamento de seringas, agulhas e canudos de inalação tem sido uma das principais fontes de transmissão da hepatite C.
Quem precisa fazer o exame?
- vítimas de abuso sexual;
- pessoas que moram na mesma casa com portador do vírus B;
- parceiros sexuais de portadores do vírus B ou C;
- usuários de drogas injetáveis e inaláveis;
- pessoas que praticam sexo sem camisinha;
- pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1993.
Sintomas e evolução
Nem sempre os sintomas das hepatites B e C aparecem. Quando ocorrem, podem apresentar: pele e olhos amarelados, cansaço, tontura, enjôo, febre, dor na região do fígado, falta de apetite, urina escura, fezes claras. Os casos graves, quando não tratados, podem evoluir para cirrose e câncer.
Existe vacina? Quando deve ser aplicada?
Tem vacina apenas contra a hepatite B. Para ficar protegido é preciso receber três doses. A vacina está disponível nos postos de saúde para todas as pessoas menores de 20 anos e para aquelas com maior risco de pegar o vírus, como usuários de drogas injetáveis e inaláveis, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, comunicantes intra-domiciliares de portador do vírus B, portadores do vírus C, usuários de hemodiálise, portadores de outras doenças com alto risco de transfusão de sangue ou uso de produtos sanguíneos, soropositivos para o HIV, transplantados, bombeiros e policiais rodoviários envolvidos em atividades de resgate, internos e funcionários de instituições fechadas (presídios, hospitais psiquiátricos, guarda de menores, portadores de necessidades especiais), profissionais e estudantes da área de saúde e doadores regulares de sangue.

Atenção
Mulheres grávidas podem passar o vírus da hepatite B para o bebê. Vacine o recém-nascido nas primeiras 12 horas após o nascimento.
Quem recebeu transfusão antes de 1993 pode ter hepatite C.
Não compartilhe agulhas nem seringas.
Exija material esterilizado ou descartável em serviços de saúde e salões de beleza, e se fizer tatuagem ou colocar piercing.
Use camisinha. Sempre.

HEPATITE A: Sua incidência está diretamente relacionada com a qualidade do saneamento básico e o tratamento de água. A principal via de contágio é fecal-oral, por contato inter-humano ou por água e alimentos contaminados. É tratada com repouso, dieta e jejum de álcool.
HEPATITE B: O contágio costuma se dar através de relações sexuais desprotegidas, uso compartilhado de seringas, procedimentos com equipamentos não-esterilizados (em manicures, tatuadores, dentistas) e acessórios domésticos (para quem compartilha escovas de dente e lâminas de barbear). Os sintomas da Hepatite B crônica são: fadiga, problemas digestivos, cirrose, edema, icterícia, ascite, varizes de esôfago e alterações hematológicas. Neste caso o tratamento é feito com medicamentos, em ambulatório especializado.
HEPATITE C: Progride para a forma crônica em 85% dos casos. Como não há cura virológica, o portador do vírus permanece impossibilitado de doar sangue. O contágio, normalmente, se dá pelo contato com o sangue infectado, através do uso compartilhado de seringas, procedimentos com equipamentos não-esterilizados (em manicures, tatuadores, dentistas) e acidentes ocupacionais. O contágio em transfusão de sangue e hemodiálise é muito raro desde o início da testagem obrigatória, em 1993. O portador da Hepatite C pode apresentar fadiga, problemas digestivos, cirrose, icterícia, edema, varizes de esôfago e alterações hematológicas e o tratamento é feito com a aplicação de medicamentos em ambulatório especializado.

Fonte: SES - 16-05-2008


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