26-05-2008 - Interventor realiza levantamento da necessidade do Hospital Santa Inês

O telhado quebrado, a área de isolamento inundada e os furos do encanamento nas paredes parecem os menores problemas aos olhos do interventor do Hospital Santa Inês, em Balneário Camboriú.
Ao completar uma semana no cargo designado por decreto municipal, o psicólogo e servidor estadual Hélio Livino da Silva, especializado em Gestão de Serviços de Saúde, disse que a lista de medidas para normalizar o atendimento à população ainda está longe de ser concluída no Santa Inês.
O único hospital que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Balneário Camboriú é privado, mas teve a direção afastada pelo município no dia 16, após denúncias de sucateamento e anúncio de limitação do atendimento. O prefeito Rubens Spernau decretou estado de calamidade e perigo público iminente no atendimento da rede hospitalar do município e promoveu a intervenção pública na unidade de saúde.
Ao preparar o levantamento preliminar sobre as dívidas do Santa Inês, o interventor encontrou problemas como fornecedores que querem negociar medicamentos, alimentação e materiais hospitalares apenas à vista, como garantia única de que irão receber.
No quadro funcional, o déficit é de pelo menos 20 técnicos de enfermagem e quatro de radiologia, fora os médicos, cujo levantamento ainda está em apuração. O hospital parou com procedimentos de alta complexidade em ortopedia e está prestes a encerrar a neurocirurgia.
- O Santa Inês está sem crédito e com contratos com empresas médicas que têm de ser pagos para a renovação - explicou Silva.
Entre esses contratos, estão as empresas terceirizadas de serviços médicos responsáveis pelas UTIs Neonatal e Adulto, pelo pronto-socorro e centro cirúrgico. Mesmo assim, o interventor disse que a demanda não obrigou o hospital a negar atendimento, apesar das limitações de equipamentos e de mão-de-obra.
Por causa da situação emergencial, o município repassou R$ 250 mil ao Santa Inês durante a semana, para despesas de manutenção e custeio. A verba é excedente dos R$ 128 mil repassados por mês à unidade por convênio, que será reavaliado nesta semana. Para minimizar o déficit de profissionais, oito técnicos estão sendo selecionados para contratação.
Em uma semana, um leito da UTI Adulto foi reativado e técnicos da UFSC fizeram uma vistoria nos equipamentos do centro de diagnóstico por imagem.

Fonte: Diário Catarinense - 25-05-2008


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