A enfermeira Carmen Zanotto, que respondia pela direção-geral da Secretaria de Estado da Saúde desde 2003, tendo assumido inclusive o comando da pasta ao longo de nove meses em 2006, foi nomeada esta semana Secretária de Estado da Saúde. Carmen, que ingressou na SES através de concurso público em 1990, substitui o deputado estadual Dado Cherem, com quem, a quatro mãos, realizou de forma efetiva e bem sucedida a descentralização da saúde pública aqui no Estado.
Entre 2004 e 2008, a SES trouxe para Santa Catarina serviços que, até então, só eram encontrados em outros estados, como a Osteogenesis imperfecta e a cirurgia de epilepsia . Neste período, também foi implantada a Rede Catarinense de Oncologia, através da qual mais três cidades do interior do Estado passaram a oferecer tratamento para câncer. A Rede de Radiologia também foi fortemente ampliada, com a aquisição de tomógrafos para três hospitais de Florianópolis, um de Araranguá e um de Tubarão, e com a disponibilização de ressonância magnética em Chapecó, Lages e Canoinhas.
“Nosso maior desafio nestes cinco anos foi conciliar os investimentos necessários no interior do Estado, pois havia um atraso significativo em inúmeras áreas, e ainda assim manter a qualidade dos serviços oferecidos na Capital”, avalia Carmen. “O próximo passo, dando continuidade a um amplo projeto do deputado Dado Cherem, será implantar o Procademe, que é um programa de incentivo para a transferência de mais especialistas e novos serviços para o interior”, completa.
Dentro desta política, de descentralizar os centros de referência, a SES criou a Rede de Ortopedia, para que Lages, Blumenau e Chapecó atendam a demanda de cirurgias ortopédicas em suas regiões. Florianópolis, Joinville, Chapecó, Joaçaba e Itajaí também foram beneficiadas com a Rede de Saúde Auditiva , recebendo recursos para serviços ambulatoriais e hospitalares. Na área da Cardiologia , as cidades eleitas, a partir de critérios técnicos, para receberem estes serviços foram Itajaí e Xanxerê.
O tratamento de pacientes portadores de doença cardiovascular grave foi agilizado com a aquisição de novo aparelho de hemodinâmica para o Instituto de Cardiologia, em São José. O investimento, de quase R$ 2 milhões, elevou em 80% a capacidade de procedimentos oferecidos. O mesmo aparelho, através de convênio da SES com o HU, foi disponibilizado ao Hospital Universitário, em Florianópolis. No Hospital Municipal de São José, em Joinville, investimentos da SES permitiram a compra de um angiógrafo , para a realização de cirurgias neurológicas e vasculares de alta complexidade através de um cateter. A população de Joinville também foi beneficiada com o serviço de cirurgia bariátrica , para redução do estômago. O mesmo serviço foi credenciado em Lages, que este ano, com investimentos de quase R$ 2,5 milhões, também passou a ser referência estadual no tratamento de adultos queimados.
CIRURGIAS ELETIVAS E OBRAS EM HOSPITAIS:
A SES conseguiu aprovar em 2007, junto ao Ministério da Saúde, o terceiro Mutirão de cirurgias eletivas , com um investimento de R$ 6,6 milhões . Foram oferecidas 9.726 cirurgias, incluindo 68 procedimentos distintos. O mutirão também beneficiou 5.366 pacientes que aguardavam por cirurgias de catarata e retinopatias. Este ano, o projeto apresentado pela SES ao Ministério da Saúde prevê a realização, em 12 meses, de 32 mil procedimentos, com recursos do Fundo Nacional e do Fundo Estadual de Saúde.
Para corresponder à crescente demanda por internações hospitalares, a SES também investiu fortemente na reforma e ampliação de hospitais em todo o Estado. Entre as unidades atualmente em obras, com recursos do Governo do Estado, estão o Hospital Nereu Ramos, em Florianópolis, a Sociedade Beneficente Hospitalar, em Maravilha, o Hospital Beatriz Ramos, em Indaial, o Hospital São Donato, em Içara, o Hospital Bom Jesus, em Ituporanga, os hospitais Hans Dieter Schmitt e São José, ambos em Joinville. Através de convênios com o Governo do Estado, estão sendo construídos hospitais novos em Balneário Camboriú, São Miguel D´Oeste e Criciúma.
Em 2003, quando Carmen Zanotto assumiu pela primeira vez a direção-geral da Secretaria de Estado da Saúde, o Estado tinha um déficit de 239 leitos de UTI para alcançar o parâmetro mínimo de 4% do total de leitos disponíveis, conforme estabelece o Ministério da Saúde. A política estadual de incentivo aos leitos de UTI, executada de forma descentralizada, traçou então, como meta, a implantação de mais 170 leitos. Desde total, 115 já estão prontos, distribuídos entre Chapecó, Concórdia, Curitibanos, Criciúma e Mafra (com UTI neonatal), Videira, Rio do Sul, Tubarão, Criciúma e Porto União (com UTI adulto).
SERVIÇOS ESPECIALIZADOS:
Como diretora-geral da Secretaria de Estado da Saúde, nas duas gestões do deputado Dado Cherem, Carmen Zanotto participou da implantação de dois Serviços Especializados em Santa Catarina: o SAMU e a Telemedicina. Primeiro Serviço de Atendimento Móvel de Urgência capaz de atender todos os municípios de um estado, o SAMU catarinense já realizou mais de 500 mil resgates em pouco mais de dois anos. Hoje a frota de Unidades de Suporte conta com 93 veículos e, de forma inédita no país, algumas centrais de regulação já trabalham de forma integrada com os Bombeiros e a Polícia Rodoviária.
Outro Serviço Especializado implantado pela SES em 2005 foi a Telemedicina , rede de laudos a distância que está presente em mais de 70 municípios. O serviço evita que mil pacientes por mês precisem se deslocar até um Centro de Referência para a realização de exames como Cintilografia, Densitometria óssea, Eletrocardiograma, Hemodinâmica, Medicina nuclear, Nutrição parenteral, Otorrinolaringologia, Radiologia convencional, Ressonância magnética, Tomografia computadorizada, Ultra-sonografia e Vídeo-eletroencefalografia. Através da Telemedicina, o exame é feito na cidade onde o paciente reside e os dados são enviados, via internet, para a central do programa em Florianópolis, onde um especialista prepara o laudo e o devolve à cidade de origem.
A SC Transplantes , por sua vez, foi responsável nos últimos anos por um recorde catarinense: a marca de 14,8 doadores de órgãos e tecidos por milhão de população (pmp). Este índice qualificou o Estado como líder nacional em doação de órgãos, superando de longe a média nacional, que é de 6,2 doadores pmp. Em Santa Catarina é possível realizar transplante de córnea, coração, válvula cardíaca, pâncreas, rim, fígado, osso, esclera ocular e medula óssea, com serviços oferecidos em todas as regiões do Estado.
INVESTIMENTOS EM VIGILÂNCIA E NA ATENÇÃO BÁSICA:
Santa Catarina apresenta um dos menores índices de mortalidade infantil do país. De 2003 para 2007, o número de óbitos em menores de um ano caiu de 1173 para 987 (em cada mil nascidos vivos). Mais do que um registro, isso comprova a qualidade das ações da SES relacionadas à vigilância em Saúde e à Atenção Básica. O Estado, por exemplo, é o único do país sem casos de dengue autóctone, ou seja, de pessoas que pegaram a doença dentro do território catarinense.
Como Coordenadora da Comissão Intergestores Bipartite, Carmen Zanotto participou, recentemente, da adoção de um plano de co-financiamento para as Ações Básicas de Saúde. Além do Governo Federal, o Governo do Estado também vai auxiliar financeiramente os municípios interessados na aplicação dos programas de Saúde da Família (PSF), Saúde Bucal e de Inclusão Social, entre outros. Este ano, o repasse para programas de Atenção Básica da Saúde será de R$ 14 milhões, o dobro do efetuado no ano passado, e a previsão é que até 2010 dobre para R$ 28 milhões. À parte, mais de 100 cidades foram selecionadas, conforme critérios sociais, para receberem R$ 4 milhões extras, a serem aplicados na estrutura dos Postos de Saúde.
Em todo o Estado, 224 Postos de Saúde foram reformados, ampliados ou construídos com recursos estaduais. Dos 53 Centros de Especialidades Odontológicas que vão formar a Rede Estadual Especializada em Serviços Odontológicos, 34 já estão atuando, oferecendo serviços mais complexos do que os Postos de Saúde, incluindo tratamentos de periodontia (gengiva), endodontia (canal), cirurgias orais e procedimentos em pacientes especiais, como hipertensos, cardiopatas e pessoas com problemas neurológicos.
MAIS UMA VEZ, GOVERNADOR ENTREGA COMANDO
DA SES A PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE
O governador Luiz Henrique, novamente, fez questão de que profissionais da área da saúde respondessem pela gestão da saúde pública em Santa Catarina. Além da enfermeira Carmen Zanotto, nomeada esta semana Secretária de Estado da Saúde, três médicos ganharam novas funções na SES. O ortopedista Lester Pereira assumiu como diretor-geral, o pneumologista Roberto Hess de Souza assumiu a Superintendência dos Hospitais Públicos Estaduais, e o intensivista Joel Andrade assumiu a Superintendência de Regulação e Serviços Especializados.
Graduada em Enfermagem e Obstetrícia, Especialista em Administração Hospitalar (Faculdade São Camilo/SP), Especialista em Recursos Humanos (UFSC) e aluna do Mestrado em Saúde Pública pela UFSC, Carmen Zanotto ingressou na SES em 1990, através de concurso público. Deste então, ocupou os cargos de diretora administrativa do Hospital Maternidade Tereza Ramos, diretora-geral da Secretaria de Estado da Saúde, entre 2003 e 2008, e Secretária de Estado da Saúde, ao longo de nove meses, em 2006, sendo a primeira mulher a assumir o cargo. Atualmente, também é Presidente do Conselho Estadual de Saúde, Coordenadora da Comissão Intergestores Bipartite (CIB/SES) e representante da SES no Conselho Nacional de Secretários de Estado de Saúde (CONASS). Em sua trajetória em defesa da Saúde pública, teve expressiva participação como Secretária de Saúde do município de Lages (1993 a 2000), como vereadora pelo município de Lages (2000 a 2004), e como conferencista em dezenas de eventos.
Fonte: SES - 06-06-2008