12-06-2008 - Congresso reúne especialistas para debate sobre traumas e anomalias craniofaciais

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Craniomaxilofacial (SBCC) promove, de 12 a 14 de junho de 2008, o X Congresso de Cirurgia Craniomaxilofacial, sob o tema Trauma no Século XXI. Convidados de diversas partes do mundo, como África, América do Sul, Estados Unidos e Europa, de diversas especialidades, debaterão temas como anomalias congênitas e tumores, novas abordagens, diagnóstico e tratamento.    
Um dos destaques do evento será a discussão sobre a redução do número de fraturas craniofaciais ocorrida desde a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança nos veículos e dos air bags. Os equipamentos, assim como a agilidade do serviço de resgate, representam um grande avanço nesta área. No entanto, o preparo das equipes encarregadas do primeiro atendimento ao trauma craniofacial ainda preocupa os médicos e as autoridades da área.    
“Poucos hospitais possuem equipes multiprofissionais estruturadas para garantir um bom atendimento. O ideal seria que mantivessem plantões permanentes de médicos especialistas em cirurgia crâniomaxilofacial, o que não ocorre na maioria dos hospitais em virtude do reduzido número de profissionais especializados nessa área de atuação”.    
O ideal, segundo especialistas, é a transferência rápida do paciente para centros especializados em cirurgia craniomaxilofacial, com equipe multidisciplinar treinada para o tratamento do trauma.    
No Congresso, além de discutir o aperfeiçoamento profissional daqueles que se propõem a atender vítimas de traumas craniofaciais, serão realizados workshops e a prova de avaliação para obtenção do certificado de área de atuação em cirurgia craniomaxilofacial para médicos.
    
ANOMALIAS CONGÊNITAS    
Além de atualizações em cirurgia do trauma, o evento terá amplo debate sobre a cirurgia reparadora para craniossinostose. O professor de cirurgia plástica da Universidade Federal do Paraná e chefe do Departamento de Cirurgia Craniomaxilofacial da Pontifícia Universidade Católica, Gilvani Cruz, abordará o fechamento precoce do crânio ainda na fase fetal, as particularidades do diagnóstico e o tratamento mais adequado.    
“A angústia da porção anterior do crânio diminui a circulação sanguínea no local, causando desordem no desenvolvimento cerebral, astigmatismo e outros defeitos no globo ocular”, explica o cirurgião. Segundo ele, foram cerca de 50 casos operados nos últimos 20 anos, só em Curitiba. “Pode ser um problema isolado ou vir com outras malformações associadas no coração, intestino ou outros membros. O grande problema é a falta de diagnóstico precoce, ainda no pré-natal, levando à cirurgia tardia e a graves conseqüências que podem chegar ao retardo mental”.     
Para falar sobre os avanços em diagnóstico e tratamento das anomalias congênitas, também participa o cirurgião plástico craniomaxilofacial e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Marcus Collares, que apresentará uma série de novidades em cirurgia para correção do problema.     
“São inovações na técnica e na tática para o tratamento de crianças com anomalias congênitas, especificamente lábio palatino. Apresentaremos um trabalho que vem sendo desenvolvido há algum tempo no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, já com avaliações críticas, que serão mostradas no Congresso”, disse o especialista.   
O objetivo é compartilhar conhecimentos com médicos de diversas especialidades, como ginecologistas e pediatras, para que possam diferenciar a anomalia de uma simples má postura do feto no interior da barriga da mãe, permitindo que o diagnóstico seja feito até o 6º mês de gestação, em conjunto com o neurocirurgião pediátrico. Sem o acompanhamento médico podem ocorrer distúrbios na fala, mastigação, deglutição, fonação, além de problemas emocionais pela eventual dificuldade de aceitação da sociedade.   
     
Fonte: Acontece Comunicação e Notícias - 11-06-2008


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