Durante a abertura do 7º Congresso Brasileiro sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, ontem à noite, no CentroSul, em Florianópolis, o momento mais aplaudido das falas das autoridades foi quando o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou que deixaria de lado o discurso.
Além de querer deixar para a palestra de hoje, às 9h, os aspectos mais técnicos, o motivo, disse, era sentir na platéia o desejo de mudanças nas políticas públicas e no conceito de saúde como inclusão social.
Temporão citou as recentes discussões da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre proteção patentária e acesso da população a medicamentos como um dos pontos que, diz, ter certeza de que "vai esquentar o debate" no congresso.
- Precisamos colocar ao acesso de todos o avanço da humanidade no combate à Aids- destacou.
Para ele, essa questão é central no que chama de momento de reflexão sobre os acertos e as fragilidades da prevenção e no tratamento da doença no Brasil. Ele cita ainda a reforma sanitária como projeto que propõe a intensificação da consciência política como instrumento de propagação da saúde no país.
Para ele, o Sistema Único de Saúde (SUS), cuja fundação, há 20 anos, é o principal agente de inclusão social no país e a grande vantagem do Brasil no combate à Aids em relação a outros países em desenvolvimento, que não dispõem de um sistema integrado, especialmente os da África. A estimativa do ministério é que o Brasil tenha hoje 620 mil pessoas com o vírus HIV. Até o final do ano, o total de pacientes de Aids em tratamento deve chegar a 190 mil.
Fonte: Diário Catarinense - 26-06-2008