22-07-2008 - Hospital Celso Ramos: Servidores sobrecarregados

No maior hospital da capital, o Celso Ramos, os servidores estão reclamando da sobrecarga de trabalho e da falta de pessoas. No segundo andar, são 40 pacientes, de média e alta complexidade, atendidos apenas por quatro auxiliares e técnicos de enfermagem em cada turno. Ontem, três pacientes de transplante renal, que precisam ser monitorados a cada uma hora, contavam com somente um profissional à disposição.
Os funcionários reclamam que não conseguem oferecer um bom atendimento, tendo em vista as necessidades desses internados, como curativos, banhos, monitoramento e troca de fraldas, em alguns casos. “Teríamos que estimular o paciente a sair da cama, especialmente o do pós-operatório, como de gastroplexia (redução do estômago), mas falta tempo. É também muita responsabilidade, se acontecer algo, nós levamos a culpa”, desabafa uma servidora que não quis se identificar. Uma outra colega revela que no quinto andar, onde há pacientes de oncologia e clínica médica, o problema também é o mesmo.
Na última quinta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde Privado e Público Estadual (Sindisaúde) denunciou a falta de funcionários, também na Maternidade Carmela Durtra, onde quartos e 20 leitos estão fechados, e no Hospital Infantil Joana de Gusmão, onde 22 unidades não estavam operando. No Celso Ramos os funcionários fecharam quatro leitos.
A presidente do sindicato Edileuza Fortuna diz que a sobrecarga de trabalha é uma reclamação constante, especialmente onde há muitos pacientes dependentes. A categoria tenta agilizar uma greve no setor e na semana passada começou a fazer assembléias isoladas, convocando servidores por instituição, para formar o comando da possível paralisação. Na próxima semana, as reuniões ocorrerão com trabalhadores de três instituições da capital.
A secretária estadual de Saúde, Carmen Zanoto, informou por sua assessoria de imprensa que não se pronunciará sobre a situação do Hospital Celso Ramos porque não foi informada oficialmente da situação. Ontem, a secretária se reuniu com a direção da Carmela Dutra e ficou estabelecida a reabertura dos leitos e o remanejamento de servidores. No entanto, não foi informada se a redistribuição de funcionários visa cumprir a carência da instituição. Na próxima semana, ainda sem data definida, Carmen se reunirá com a diretoria do Hospital Infantil Joana de Gusmão para conhecer a situação naquela unidade 

Fonte: Notícias do Dia - 22-07-2008


  •