04-08-2008 - PE: médicos pedem exoneração

Em assembléia geral realizada na noite de 31 de julho, quinta-feira, no auditório da Associação Médica de Pernambuco, os médicos vinculados à rede pública estadual de saúde decidiram, por unanimidade, entregar os cargos.
Além de médicos do Estado, marcaram presença no encontro os presidentes da Federação Nacional dos Médicos/Regional Nordeste, Edson Gutemberg, dos sindicatos de Brasília, Antônio José, São Paulo, Cid Carvalhaes, e Alagoas, Wellington Galvão, bem como os representantes da Fenam, José Roberto Cardoso Murisset, da Associação Médica de Pernambuco, Mário Fernando Lins, do Conselho Regional de Medicina, André Longo.
Os trabalhos foram coordenados pelo presidente do Simepe, Antônio Jordão Neto. Denúncias e reclamações sobre as condições de trabalho de atendimento à população, bem como o descaso do Governo do Estado em relação às reivindicações da categoria deram o tom das intervenções dos médicos.
De acordo com o Sindicato dos Médicos de Pernambuco, aproximadamente 500 médicos especializados devem aderir à proposta acatada em assembléia. "Em algumas especialidades, como as de cirurgiões vasculares e otorrinos, já contamos com adesão de 100%", afirmou.
Ainda de acordo com o Simepe, os UTIstas devem ser os primeiros a entregar os pedidos de demissão. "Estes especialistas já não agüentam as condições de atendimento a que são submetidos seus pacientes", informa Antônio Jordão. A saída efetiva dos médicos, no entanto, foi programada para 24 de agosto, conforme orientação do departamento Jurídico do sindicato.
Logo no começo da assembléia, Jordão criticou o anúncio do governo do Estado sobre a proposta do novo modelo de gestão. "Eles disseram que iam fazer um grande anúncio no último dia 30 e vêm com uma proposta de um modelo de gestão construído exclusivamente pelo Executivo. Demos um voto de confiança ao governo na semana passada e esperávamos que eles sentassem à mesa conosco", reclamou.
Durante toda a assembléia, os médicos deixaram claro o impasse com o Executivo estadual. "Não estimulamos a demissão; este é um ato individual mas na situação em que se encontram os médicos, é natural se recusar a trabalhar", ressaltou o vice-presidente do Cremepe, André Longo.
O Simepe garantiu que estudará maneiras de comunicar a decisão à população. "Estamos numa luta salarial, mas também lutamos pela saúde pública, como sempre fizemos", disse Jordão. "Não tenho dúvidas de que a população está do nosso lado."

Fonte: Assessoria de Imprensa do Simepe - 04-08-2008 


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