Apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter proibido a venda do antiinflamatório Prexige em todo o país e determinado o reembolso ao paciente, no mês passado, repórteres da TV Globo flagraram a venda ilegal do medicamento e mostraram que os pacientes não conseguem devolver os remédios em algumas farmácias nem receber o dinheiro de volta.
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Em uma farmácia de Belo Horizonte, com a câmera escondida foi fácil encontrar o Prexige de 100 miligramas, que está proibido. O preço, informado pelo vendedor, é R$ 64. O Prexige de 400 miligramas, que teve a venda suspensa por 90 dias, também foi encontrado, por R$ 33,80.
Após pagar e levar o remédio, a equipe voltou sem a câmera oculta. A história mudou. A farmacêutica disse que não tinha o medicamento e que ele não pode mais ser vendido. “Ele está tendo alguns efeitos colaterais e por isso ele não está sendo vendido”, diz. Ela garante que não há Prexige no estabelecimento.
Ao saber que a reportagem havia comprado o remédio, ela acabou buscando duas caixas do Prexige na mesma prateleira de antes, nos fundos da loja. E alega que não recebeu nenhuma informação sobre a proibição do medicamento.
De acordo com a Anvisa, a multa pela venda do produto pode variar de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. A vigilância sanitária de Belo Horizonte disse que nenhuma farmácia foi punida até agora.
O laboratório que fabrica o Prexige se comprometeu a devolver o dinheiro ao consumidor que usou o remédio e ainda tem pelo menos um comprimido na caixa. Bastaria apresentá-lo em qualquer farmácia. Mas nem sempre dá certo. Dona Deusli, por exemplo, desistiu. Ela tentou receber o dinheiro de volta em oito farmácias de Brasília.
O laboratório informou que ninguém precisa apresentar a nota fiscal, mas o balconista nem sabe como fazer a devolução. “Ainda não recebi nada oficial. Quer dizer, se não tem nada oficial, eu não estou apto a fazer isso”, explica.
O laboratório Novartis afirmou que todas as farmácias foram avisadas e estão sendo ressarcidas. O consumidor que não conseguir o dinheiro de volta deve procurar outra farmácia ou ligar para o Procon. Sobre a venda dos medicamentos, os estabelecimentos podem ser denunciados para a Anvisa.
Fonte: G1 - 07-08-2008