A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer limitar o número de equipamentos e de procedimentos cirúrgicos diários, especialmente os que usam pequenas câmeras de vídeo introduzidas no paciente.
Segundo a Agência Brasil, a medida deve ser adotada em todos os serviços de saúde do país para reduzir o número de infecções pós-cirúrgicas por Micobactéria de Crescimento Rápido (MCR). Esse tipo de bactéria está relacionada a problemas na limpeza dos instrumentos e aparelhos utilizados em cirurgias.
A Anvisa informa que, ao fiscalizar os serviços de saúde, descobriu que essa aparelhagem vinha sendo apenas desinfetada – procedimento que dura em torno de 30 minutos – e não esterilizada – procedimento recomendado e que dura cerca de 10 horas. A medida foi divulgada pela agência, em nota técnica, na sexta-feira (8).
Com a limitação do número de cirurgias e de aparelhos adquiridos pelo serviço de saúde, a Anvisa espera acabar com a falta de tempo para a esterilização. Desde 2003, já ocorreram 2.025 casos de infecções por MCR. Existem mais três casos em investigação atualmente.
Em 72% dos casos, a bactéria se desenvolveu após cirurgias abdominais, videolaparoscopia, redução de duodeno e retirada de lipomas. Sempre em procedimentos que utilizam câmeras de vídeo ou aparelhagem similar, mas não há registro de casos provocados por exames e procedimentos de diagnóstico.
Na nota técnica, a Anvisa alerta que esse tipo de infecção se configura uma doença emergente, “sem registros anteriores aqui e em outros países, nessa proporção” e que a situação é grave em quase todos os estados do país.
A Anvisa também sugere que os serviços de saúde que utilizem outros produtos para esterilizar os equipamentos e não mais o glutaraldeído 2% (mais utilizado atualmente), porque a bactéria tem demonstrado resistência ao produto.
Fonte: G1 - 12-08-2008