A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer limitar o número de equipamentos e de procedimentos cirúrgicos diários, especialmente os que usam pequenas câmeras de vídeo que são introduzidas no paciente. A medida deve ser adotada em todos os serviços de saúde do país para reduzir o número de infecções pós-cirúrgicas por microbactéria de crescimento rápido (MCR).
Segundo laudos periciais, “esse tipo de bactéria está relacionada a problemas na limpeza dos instrumentos e aparelhos utilizados em cirurgias”. A Anvisa informa que, ao fiscalizar os serviços de saúde, descobriu que essa aparelhagem vinha sendo apenas desinfetada – procedimento que dura em torno de 30 minutos – e não esterilizada – procedimento recomendado e que dura cerca de 10 horas.
“O que percebemos é que onde tem sido aplicado procedimentos de esterilização, de forma correta e completa, não tem havido problemas. E onde o serviço de saúde passou a adotar os procedimentos de esterilização não houve reincidência”, explica a diretora-adjunta da Anvisa, Beatriz Macdowell Soares.
Com a limitação do número de cirurgias e também de aparelhos adquiridos pelo serviço de saúde, a Agência Nacional de Saúde espera acabar com a falta de tempo para a prática da esterilização. Desde o ano de 2003, já ocorreram 2025 casos de infecções por MCR (existem mais 3 em investigação atualmente). Em 72% dos casos, a bactéria se desenvolveu após cirurgias abdominais, videolaparoscopia, redução de duodeno e retirada de lipomas. Sempre em procedimentos que utilizam câmeras de vídeo ou aparelhagem similar, mas não há registro de casos provocados por exames e procedimentos de diagnóstico.
Fonte: Correio Lageano - 14-08-2008