08-09-2008 - Mais expostos: Santa Catarina está no topo do ranking de câncer de pele

O aumento nos casos de câncer de pele pode ter relação direta com os problemas ambientais. Estudos que comparam dados mundiais dos últimos anos revelam que a maior exposição aos raios UVB, com alta incidência onde há deficiências na camada de ozônio, é uma das causas da doença. No Brasil, Santa Catarina é o primeiro do ranking negativo: são 131,27 casos para cada 100 mil homens e 86,98 doentes para cada 100 mil mulheres.
A doença e sua relação direta ou indireta com a camada de ozônio é analisada pelo grupo de estudos de saúde humana do United Nations Environment Programme, agência ambiental da Organização das Nações Unidas (ONU). Pesquisadores se reúnem anualmente e, juntos, discutem os últimos dados relativos à doença. A reunião deste ano foi realizada em Joinville.
Mundialmente, segundo a pesquisadora da Universidade de Edimburgo, Mary Norval, um fenômeno tem se destacado: o fato de um maior número de jovens estar contraindo a doença. Nesses casos, até os hábitos de vestuário podem influenciar. "Para ficar na moda, eles se protegem menos e se expõem mais", afirma.
O problema também é maior entre pessoas de pele clara. Em Blumenau, por exemplo, onde há muitos descendentes germânicos, a incidência aumentou 300% em 20 anos. "Os dados da cidade são muito próximos dos registrados na Europa", aponta Mary.
Pesquisas da Universidade Regional de Blumenau (Furb) concluíram que, com as atuais condições, de 12% a 20% da população caucasiana da cidade podem desenvolver algum tipo de câncer não-melanoma ao longo da vida. A camada de ozônio na região é menor do que a encontrada em outras localidades brasileiras mais próximas da linha do Equador, o que pode indicar uma das causas do problema. A predisposição genética e a falta de proteção também influenciam o aumento do número.

Saiba + 
INCIDÊNCIA EM SC 
O fato de Santa Catarina apresentar os maiores índices de câncer de pele não indica que os problemas na camada de ozônio aqui sejam maiores do que em outras regiões. A doença é resultado de uma série de fatores que podem ser agravados com a maior exposição aos raios UVB.
 
Fonte:
AN - 09-08-2008


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