Conforme noticiou a imprensa pernambucana, "o Governo do Estado será denunciado à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e à Organização dos Estados Americanos (OEA) por trabalho escravo". A declaração foi feita pelo presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Paulo de Argollo Mendes, que esteve no Recife nesta terça-feira(10/09) "para mostrar total apoio aos médicos da rede pública de saúde, que são submetidos a condições de gravidade jamais vistas no país", acrescentou Argollo.
Trabalho forçado
Durante entrevista coletiva na sede do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), o presidente da Fenam, entidade que representa 330 mil médicos brasileiros, informou que a entidade vai denunciar à Organização Internacional do Trabalho [OIT] e à Organização dos Estados Americanos [OEA] a tentativa de trabalho escravo em Pernambuco e as péssimas condições de trabalho. ?A Fenam nunca fez uma representação dessa porque nunca vimos uma situação assim. Os médicos estão pedindo para deixar o serviço público. Ninguém pode ser obrigado a trabalhar, principalmente nessas condições. Se isso ocorre, é trabalho escravo?, disse ele.
Paulo Argolo considera que o governador Eduardo Campos deveria ser responsabilizado criminalmente por tudo o que vem ocorrendo no Estado. ?Nunca vi, em nenhum lugar, uma situação tão grave e caótica; nunca vi um despreparo tamanho para lidar com as questões da saúde. O que vejo é que o governo está rasgando a Carta Magna do país, por isso vamos internacionalizar essa situação. Essa é a posição não só da Fenam, mas da categoria médica como um todo.?
Questionado se não havia contradição em sua posição, já que o próprio Simepe reconhece que a decisão judicial não os proíbe de pedir demissão, Paulo Mendes Argolo diz que há uma clara intenção de forçar os médicos a trabalhar.
A médica Fátima Buarque, da UTI do Hospital da Restauração, denunciou que um promotor de Justiça chegou a entrar na emergência para impedir que médicos deixassem os postos de trabalho. ?Esse é um exemplo claro de que eles estão fazendo de tudo para nos obrigar a trabalhar. A situação da UTI do HR é muito séria. Um médico não pode cuidar de 13 pacientes.?
Assembléia
Os médicos vinculados à rede estadual de saúde realizam assembléia geral nesta quinta-feira, às 19h30min, no auditório da Faculdade de Ciências Médicas [Fesp/UPE], que fica no Hospital Universitário Oswaldo Cruz
Fonte: Imprensa Simepe, com edição de Imprensa Fenam - 11-09-2008