A Federação Nacional dos Médicos e o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro denunciaram o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, e o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, na 22ª Delegacia de Polícia, por omissão e por colocarem a população em risco. A denúncia foi feita no último sábado, 04/10, por meio de petição, depois que o diretor da Fenam, Mário Fernando Lins, e o presidente do Sindicato, Jorge Darze, atendendo solicitação dos médicos do Hospital Getúlio Vargas, inspecionaram as dependências daquele estabelecimento de saúde. Eles constataram que o hospital não tem mais condições de prestar atendimento, nem emergencial e nem cirúrgico, e coloca em risco a vida dos pacientes. A Fenam e o Sinmed/RJ estão recomendando que a população não procure o Getúlio Vargas. Nesta segunda-feira, 06, as duas entidades protocolaram a denúncia no Ministério Público Estadual.
A exemplo do que ocorreu na sexta-feira, 03/09, não havia nenhum neurocirurgião no plantão de sábado e apenas um clínico geral atendia a cerca de 150 pacientes na emergência, onde seriam necessários seis profissionais dessa especialidade. O hospital também só contava com um pediatra e um anestesista. Depois da chegada da equipe de dirigentes da Fenam e do Sinmed e de alguns conselheiros do Cremerj, um outro anestesista apareceu no plantão, mas, segundo Jorge Darze, esse profissional teria sido contratado irregularmente e estaria recebendo diárias muito maiores do que os salários dos médicos. Além da falta de médicos, o tomógrafo estava quebrado; dos cinco equipamentos de Raio X, só dois funcionavam, e das sete salas do Centro Cirúrgico, três estavam interditadas e quatro funcionavam precariamente.
A escala do Getúlio Vargas estava totalmente desfalcada e o governo precisa fazer concurso público imediatamente para suprir esse quadro de plantonistas e assim melhorar as condições de atendimento da população e de trabalho das equipes de saúde, porque os próprios médicos estão adoecendo. A saúde pública no Rio de Janeiro, para ficar ruim, precisa melhorar muito?, ironizou Mário Lins.
Por conta das más condições e do déficit de pelo menos 22 médicos no plantão, vários pacientes não puderam ser atendidos e voltavam para casa ou buscavam outro hospital. Os próprios plantonistas estavam recomendando que as ambulâncias do SAMU não mais levassem pacientes para lá.
Fonte: Imprensa FENAM - 03-10-2008