07-10-2008 - Ministério prepara pacote contra dengue

Após detectar sinais de uma epidemia de dengue em formação no próximo verão, que poderá atingir especialmente jovens e crianças, o Ministério da Saúde decidiu repassar R$ 280 milhões adicionais para municípios considerados vulneráveis. O rateio deverá ser discutido nesta semana entre o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e Secretários Estaduais de Saúde (Conass).
- Municípios de maior risco deverão receber mais - afirmou o presidente do Conass, Osmar Terra.
A idéia é que contrapartidas sejam exigidas dos municípios.
O encontro era esperado para o fim do mês, mas foi antecipado para que o calendário de ações possa ser cumprido com segurança. O repasse integra um pacote de medidas para prevenir a epidemia e evitar problemas como no verão 2007/2008, no Rio de Janeiro. As medidas deverão ser divulgadas no próximo dia 13.
A apreensão das autoridades sanitárias se explica. Este ano, há a associação de três fatores importantes para desencadear uma epidemia mais intensa. Especialistas estão convencidos de que, se nada for feito, há grande risco de a epidemia, neste verão, ser maior, mais grave e atingir principalmente jovens e crianças.
Uma das preocupações é o retorno da circulação de um dos quatro tipos do vírus da dengue, o tipo 2, que é responsável pelos casos mais graves de infecção. Uma epidemia causada pelo vírus já havia sido registrada no país, na década de 1990. Nos últimos quatro anos, o vírus voltou a circular e, em 2007, já estava em 11 estados.
O vírus ressurge num momento em que há grande número de pessoas suscetíveis à infecção - jovens e crianças que não haviam nascido ou não foram contaminados na primeira epidemia. Além disso, a previsão é de que este ano as chuvas sejam intensas - um componente que favorece o aumento da população do mosquito transmissor, o Aedes Aegipty.

Só população de mosquitos é um fator controlável
De todos esses fatores, o único que se pode controlar é a população de mosquitos. Além da colaboração da população para redução dos focos domésticos, em muitos locais é necessário obras de infra-estrutura.
No pacote estão medidas para assegurar o diagnóstico rápido e tratamento correto. Uma das possibilidades é que, em momentos de crise, residentes possam ser destacados para trabalhar nos hospitais.

Fonte: Diário Catarinense - 07-10-2008


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