Representantes de mais de 40 associações médicas nacionais, dentre elas a AMB, compareceram à 59ª Assembléia Geral da Associação Médica Mundial, na cidade de Seul, Coréia do Sul, entre os dias 15 e 18 de outubro. Na pauta de discussões, os seguintes assuntos:
Eleições
Dana Hanson, dermatologista canadense, presidirá a WMA durante a gestão 2009-2010. Até lá tomar posse, ele deverá passar por um ano preparatório. Esta é a primeira vez que um canadense é eleito para a presidência da WMA em quase 40 anos.
Hanson, que é presidente da Associação Médica do Canadá, disse que pretende focar suas ações na área jurídica, tanto para os pacientes como para os médicos, na saúde e no meio ambiente.
‘Eu espero atuar intensamente no acesso ao cuidado com a saúde para todos os pacientes do mundo, independentemente das raças, gênero ou situação socioeconômica. O direito à saúde é um diretio humano básico que precisa ser reconhecido e defendido", disse.
Já Yoram Blachar, presidente da Associação Médica de Israel, tomou posse durante a Assembléia e presidirá a WMA no período de 2008 e 2009.
Antibióticos
Uma nova política sobre o tema foi aprovada, determinando que o acesso a antibióticos deve ser feito apenas por meio de prescrição dada por médico ou veterinário qualificado. A WMA alerta para o aumento global da resistência a drogas antimicrobianas, que criou um problema de saúde pública multifacetado, com proporções significativas tanto para a economia como para a sociedade. A WMA vai continuar com o trabalho na Universidade George Mason, na Virgina (EUA).
Saúde da mulher
O direito das mulheres e das crianças de ter cuidados com a saúde adequados, especialmente em locais com restrições religiosas e culturais, foi apoiado por todos os presentes. Os delegados reafirmaram a necessidade de que as associações médicas condenem violações aos direitos básicos das mulheres, incluindo restrições ao acesso de trabalho, educação e saúde. Em muitos países, médicas e enfermeiras são impedidas de exercer a profissão, impossibilitando que muitas mulheres não consigam ter acesso a cuidados com a saúde. A WMA pede que seus membros aumentem a participação efetiva de mulheres na medicina.
Redução do sódio nas dietas
Sobre o sódio presente em muitos dos alimentos industrializados, os participantes acordaram ser necessário reduzir em pelo menos 50% o consumo desta substância até a próxima década. Há evidências de que sal em excesso é um fator de risco para o aumento da hipertensão e doenças cardiovasculares. Sendo assim, é preciso que os médicos alertem seus pacientes sobre como reduzir o consumo.
Mercúrio
Foi solicitada a eliminação progressiva do uso do mercúrio no setor de cuidados com a saúde. Os delegados disseram que hospitais e clínicas médicas deveriam optar por produtos equivalentes, mas que não contenham mercúrio. Isto deve envolver a eliminação de produtos como termômetros, esfigmomanômetro, tubos gastrointestionais, baterias, lâmpadas, suprimento elétrico, calibrador de pressão e outros reagentes e dispositivos laboratoriais. Eles também conclamaram os médicos a aconselharem seus pacientes sobre o consumo de peixes em vez de enfatizar os altos índices de ácido graxo ômega 3 para a saúde do coração e do cérebro e baixa contaminação de mercúrio. Isto é, particularmente, necessário para crianças e mulheres em idade gestacional.
Crise econômica
As associações médicas foram estimuladas a trabalhar com seus governos para iniciar programas voltados para as famílias e indivíduos que necessitem de ajuda médica e psicológica devido a atual crise econômica. A idéia é preservar, pelo menos, os gastos correntes em saúde.
Papoula
Foi apoiada a solicitação de investigação da produção controlada de ópio para propósitos médicos no Afeganistão. Os delegados aprovaram resolução instigando os governos a dar assistência científica ao projeto piloto para investigar se determinadas áreas do Afeganistão poderiam prover as condições certas para a estritamente controlada produção de morfina e diamorfina para propósitos médicos.
Pena de morte
As associações médicas nacionais foram estimuladas a negociar com os governos nacionais e legisladores contra qualquer participação de médicos em casos de penas de morte. A Assembléia disse que não é ético para os médicos participarem de situações como esta, incluindo planejamento, instrução ou treinamento de pessoas que realizam as execuções.
Membros
Foram aceitas as inscrições para novos membros das associações médicas nacionais da Albânia, Angola, Costa do Marfim, Chipre, Mali, Senegal, Polônia e Ucrânia. Agora, o número total de associações médicas nacionais membros da WMA é de 94.
Fonte: WMA - 20-10-2008