Araranguá - Fortes dores de cabeça, uma diarréia forte, um enorme mal-estar: mesmo com os sintomas, o alfaiate Salvino Belettini, 45, ainda abriu a alfaiataria na manhã de terça-feira, 21, em Praia Grande, onde vivia com a família.
Na quarta-feira, 22, os sintomas pioraram, e durante a madrugada de ontem, ele foi levado para o hospital em Praia Grande, e nesta manhã, foi transferido para o Hospital Regional de Araranguá, onde acabou falecendo, às 17h57.
Além dos sintomas, um exame realizado no hospital - uma bacteroscopia, que analisou o líquor - líquido retirado da espinha - e apontou a presença de diplococos gran-negativos - sugerem como causa-mortis a meningite meningocócica. Segundo a gerente de Saúde da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Araranguá, Elizabeth Minatto de Souza, o kit com material coletado do paciente foi encaminhado ontem mesmo para o Laboratório Central, em Florianópolis, que deve trazer as conclusões em uma semana. "Não confirmamos a meningite, mas sim a suspeita", conta a gerente, que diz que não há motivos para a população se preocupar: "Não há surto, e quando há contaminação, ele se limita ao meio familiar", garante.
Por causa disso, a Gerência de Saúde começa ainda hoje a realizar o tratamento domiciliar de dois dias com dez parentes que conviveram diretamente com o paciente morto. Segundo Elizabeth, a meningite ocorre quando as meninges são atacadas por micro-organismos, provocando reações com bactérias, vírus, fungos ou parasitas. Por causa das características da doença, não há vacinas nem outro método preventivo, a não ser o tratamento domiciliar oferecido pela secretaria aos familiares em casos suspeitos ou confirmados de contaminação.
Salvino deixa mulher e um filho.
Fonte: Correiodo Sul - 24-10-2008