Em nota oficial distribuída ontem, a Secretaria de Estado da Saúde manteve a disposição de negociar o fim da paralisação com o movimento de greve do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) e do Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon).
A posição, segundo a secretária Carmen Zanotto, é embasada pela convicção de que nenhum paciente pode ser prejudicado, e está amparada na decisão do Tribunal de Justiça (TJ), que determinou a imediata suspensão da greve.
De acordo com a secretária, os médicos, que continuam atendendo no Hemosc, na Capital, estão com dificuldades para receber os pacientes, já que os grevistas impedem o acesso ao prédio.
Os servidores do Hemosc e do Cepon estão em greve desde segunda-feira. Desde então, a coleta de sangue está paralisada no hemocentro coordenador, em Florianópolis. Em Lages, o hemocentro só voltou a atendeu ontem.
- Alguns exames são realizados com exclusividade pelo Hemosc em Santa Catarina e o atraso na realização dos mesmos pode, inclusive, acarretar risco de vida para os pacientes - observou a secretária Carmen Zanotto.
A secretária também esclareceu que o contrato de gestão com a Fundação de Apoio ao Hemosc e ao Cepon (Fahece), em todo o seu conteúdo, garante atendimento de 100% da demanda dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e reiterou a posição do Estado de não privatizar os serviços relacionados ao sangue e ao câncer.
- Nenhum servidor público estatutário teve ou terá qualquer prejuízo, já que os seus direitos adquiridos estão garantidos por lei - completou a secretária.
Como está o atendimento
Os trabalhos que estão paralisados
No Cepon
> Agendamento de consultas para os próximos dias
> Início de novos tratamentos de radioterapia e quimioterapia, tanto para pacientes da Capital quanto das demais cidades
> Entrega de medicamentos considerados não essenciais
No Hemosc
> Doação de sangue *
> Todos os hospitais possuem bancos de sangue ligados ao Hemosc, e os casos de utilização do material são avaliados pelas equipes de profissionais lotados nestas instituições
* O Hospital Universitário, em Florianópolis, possui um posto de doação de sangue, para quem desejar manter seu ato de solidariedade mesmo durante a paralisação dos servidores do Hemosc e do Cepon
O que está funcionando
No Cepon
> Consultas previamente agendadas com médicos especialistas
> Triagem das sessões de quimioterapia e radioterapia para aqueles pacientes que já estavam com seus tratamentos em andamento
> Entrega de medicamentos na farmácia do hospital, mas apenas os considerados essenciais
No Hemosc
> Manutenção do estoque regulador do banco de sangue. Se houver necessidade de sangue especial para alguma emergência, os doadores serão chamados por telefone
Fonte: Diário Catarinense - 24-10-2008