07-11-2008 - Sol: o mocinho e o vilão da saúde

Ele pode ser rotulado de vilão a mocinho em segundos. Tudo depende da dose, como nos remédios. Diariamente silenciosamente, o sol, além de beneficiar a saúde, pode contribuir, e muito, no aparecimento de doenças. Mesmo sem ainda dar muito o ar da graça por aqui, o Brasil está às vésperas do verão, estação em que o convite para sair da toca é prontamente atendido por qualquer um. Por isso, toda a atenção quanto à prevenção é necessária.
Além de garantir um bronzeado extra à pele, o sol é importante para os ossos. Você sabia que a falta de exposição solar contribui para a deficiência de vitamina D no organismo? Pois é, e essa falta pode acarretar em doenças graves como raquitismo, osteomalácia e osteoporose, por exemplo. No entanto, pegar sol demais também não é lá recomendado. Além de tumores, a exposição demasiada ao sol sem proteção causa envelhecimento. Sem contar que cerca de 90% dos casos de câncer de pele são encontrados nos braços, colo, mãos e rosto devido à exposição errônea.
A sugestão aqui, então, é moderar. Especialistas recomendam a exposição diária ao sol de, pelo menos, 15 minutos para prevenir doenças e ajudar no combate à caspa, à seborréia ou à depressão. Porém, se expor desprotegido ao sol, principalmente das 10h às 16h, é abrir chances maiores ao desenvolvimento de outras doenças, e até mais graves. Conhecidos da população por nomes, os raios UVA e UVB são grandes vilões relacionados ao câncer de pele - de maior incidência no País, e avançando cada vez mais em homens.
Quando se fala em câncer de pele, há três tipos deles: o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma maligno. Os dois primeiros, carcinomas, têm seu aparecimento ligado à exposição à radiação solar, e são mais comuns em pessoas de pele clara e em idosos. Os sintomas básicos são as feridas que não cicatrizam. Já o melanoma não é necessariamente ligado à radiação. Esse câncer pode ter origem genética. São pintas que geralmente a pessoa já possui e que, além de mudarem a coloração, descamam e inflamam. Ou ainda as pintas que aparecem.
A melhor forma de se prevenir é usar regularmente o filtro solar, em camadas mais grossas, mesmo que a pele fique esbranquiçada, pelo menos meia hora antes de se expor ao sol. Os protetores, todavia, devem ser adaptados à cor da pele, porque os fatores determinam a duração do produto. Quanto mais clara for, maior o número. Ou seja, um produto com Fator de Proteção Solar (FPS) 8 permite que a pessoa fique exposta ao sol por um tempo oito vezes maior do que seria permitido sem o uso. Os que usam os cremes com FPS 15 ou 30, por exemplo, ficam protegidos 15 e 30 vezes mais, respectivamente. É indicado às pessoas de pele clara ou que possuam sardas o uso do FPS 25. Já aqueles que optam por loções bronzeadoras, ao invés de repelir, atraem os raios UV. Também necessitam de muito cuidado na escolha.
É recomendado que sejam aliados do protetor solar guarda-sol, boné, chapéu e camiseta, e que o produto não seja somente utilizado quando se for à praia ou à piscina. Ele deve ser utilizado no campo e no trabalho de modo geral em todas as estações do ano. O perigo da incidência do câncer de pele na região é constante, já que a maioria da população tem a pele clara e muitos trabalham na agricultura, expostos diariamente aos raios do sol.

Saiba mais:
- Não é aconselhável permanecer por longos períodos na mesma posição;
- Áreas sensíveis como rosto, lábios e cabeça, principalmente os calvos, necessitam de um cuidado maior e, portanto, de um protetor solar de FPS mais elevado;
- Durante a exposição solar, não é aconselhável a utilização de produtos como perfumes ou outros produtos não específicos, como receitas para descoloração dos pêlos. Eles devem ser evitados pois, em geral, promovem queimaduras e podem aumentar os casos de alergia, além de não protegerem contra os efeitos das radiações solares;
- Alguns produtos de uso diário, como batom e maquilagens, fornecem proteção natural pois, geralmente, contêm, em sua composição, agentes refletores de radiação solar;
- Deve-se tomar cuidado com a utilização de certos medicamentos, como o ácido acetil-salicílico (aspirina), por exemplo, que em combinação com o protetor solar e o sol podem provocar reações alérgicas;
- Produtos importados devem trazer informações claras e em português quanto ao seu nível de proteção, tipo de pele indicado, modo de uso e demais informações que permitam sua utilização correta;
- Optar por guarda-sóis de algodão e de cor clara. A cor escura absorve radiação e calor. Tecidos de nylon produzem sombra, mas não protegem da radiação solar;
- O mormaço também ocasiona queimaduras. A brisa, por oferecer uma sensação refrescante, pode levar a pessoa a esquecer os efeitos nocivos do sol;
- A eficiência de um protetor solar está relacionada diretamente a sua utilização correta, ou seja, o usuário deve estar atento às instruções da embalagem quanto ao tempo de reaplicação do produto, levando em consideração fatores como a transpiração e o contato direto da pele com qualquer superfície que propicie a remoção do produto.
Fonte: Inmetro

Fonte: A Tribuna - 07-11-2008


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