O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência completa nesta sexta-feira, 7 de novembro, três anos de atuação em Santa Catarina, primeiro estado do Brasil a oferecer cobertura a 100% da população. Neste período, o SAMU já realizou mais de 650 mil atendimentos em todo o Estado, incluindo casos de grande repercussão, como o acidente rodoviário na BR-282, em Descanso, o incêndio do Supermercado Rosa, em Florianópolis, e explosões em minas de Criciúma e Lauro Müller.
Situações como essas exigem empenho, atenção e resolutividade dos profissionais, que trabalham contra o tempo e se superam para socorrer as vítimas. Por conta disso, o SAMU, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros estão implantando em todo o Estado as Centrais Integradas para o Atendimento das Urgências. “Elas vão otimizar os custos, evitando a duplicidade no envio de recursos, agilizando a comunicação e unindo forças", diz a coordenadora estadual do SAMU, Cristina Pires. Ao todo, Santa Catarina conta com 92 veículos em atividade, um helicóptero, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, e 537 profissionais para o atendimento da população. As ambulâncias que apresentam algum defeito mecânico ou estão em manutenção são substituídas pelas que fazem parte da reserva técnica, composta por 14 veículos.
No caso do socorro realizado no município de Descanso, em outubro do ano passado, seis ambulâncias do SAMU foram acionadas depois do choque frontal de um caminhão e de um ônibus na BR-282, fato que interditou a pista. Em seguida, outro caminhão acabou furando o bloqueio de segurança e fazendo mais vítimas ao atropelar equipes de resgate, jornalistas e outras pessoas que ajudavam no auxílio aos acidentados. Como resultado, 50 pessoas ficaram feridas e 16 morreram, entre elas dois profissionais da equipe do SAMU, atingidos quando faziam o socorro às vítimas do primeiro acidente.
O trabalho de comunicação integrada do SAMU, em parceria com o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e a Polícia Rodoviária, possibilitou a preservação de muitas vidas no dramático acidente. “Mesmo após o resgate inicial das vítimas, o SAMU persistiu no seu trabalho, transferindo pacientes graves de São Miguel D`Oeste para centros de referência em Chapecó e Xanxerê”, lembra dra. Cristina, que acompanhou de perto o trabalho das equipes.
SAMU É PARTE DA HISTÓRIA DO ESTADO
Em abril de 2007, o incêndio no Supermercado Rosa, na praia de Ingleses, em Florianópolis, mobilizou diversas equipes do SAMU. Provocada por um funcionário revoltado, a ação acabou destruindo o estabelecimento que estava aberto ao público. Duas pessoas morreram e 35 se feriram, entre clientes e funcionários. Na última temporada, os freqüentes acidentes em uma ponte da BR-101 que estava em reformas, em Balneário Camboriú, obrigou o acionamento das equipes de paramédicos em diversas ocasiões. Mais recentemente, foram as explosões em minas de carvão no Sul do Estado que exigiram a presença do SAMU para prestar socorreu aos mineiros intoxicados em Forquilinhas. Nove unidades foram até o local, atuando no atendimento inicial das vítimas e no deslocamento dos pacientes graves aos hospitais de referência.
Os casos mais comuns, no entanto, são os clínicos, nos quais os pacientes recebem os primeiros atendimentos no próprio veículo, que dispõe de UTI, a caminho do hospital. Para receber o atendimento do SAMU, é preciso acionar o serviço pelo telefone 192. Depois de um interrogatório especializado, um médico regulador define se a situação descrita é realmente urgente e se há necessidade do deslocamento de uma Unidade Móvel. Com esse sistema de triagem, as equipes são capazes de classificar as urgências e determinar o melhor destino para o paciente.
Em caso de trauma leve e moderado, por exemplo, muitas vezes é acionada uma Unidade de Suporte Básico de Vida ou solicitado apoio ao Corpo de Bombeiros. Nos casos mais graves, uma UTI Móvel é enviada ao local, para que um médico efetue as ações invasivas ou de terapêutica médica. O envio de uma ambulância é justificado em casos de acidente de trânsito, ataques do coração, convulsões, desmaios prolongados, envenenamentos e intoxicações. A Central não está autorizada a enviar viaturas para retirada de gesso, doação de sangue e realização de exames.
As Centrais Reguladoras ficam em Lages, Joinville, Florianópolis, Chapecó, Criciúma, Blumenau, Joaçaba e Balneário Camboriú. A implantação do serviço foi resultado de negociações estabelecidas com o Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado da Saúde e o Conselho de Secretários Municipais de Saúde. O Controle Social do SAMU é feito de forma ativa e altamente representativa, através dos Comitês Gestores Regionais, que têm entre seus representantes servidores da Saúde, policiais, bombeiros, diretores de hospitais e representantes da sociedade civil.
Fonte: SES - 07-11-2008