São bombas-relógio, que diariamente explodem em todos os cantos do país. Quase um terço dos óbitos registrados no Brasil está relacionado a esse coquetel mortal. A mistura ataca o sistema circulatório, tornando-se muitas vezes fatal ou deixando seqüelas para o resto da vida.
Não se trata de nenhuma guerra travada nas ruas, apenas hábitos nada saudáveis que levam principalmente ao acidente vascular cerebral (AVC) ou ao infarto, as duas principais causas de morte entre brasileiros, conforme estudo do Ministério da Saúde, divulgado na quinta-feira.
Em 2005, ano do levantamento, 90.006 pessoas morreram em razão de AVC. Isso representa 31,7% das mortes decorrentes de problemas circulatórios e 10% dos óbitos totais do país.
Já a doença isquêmica do coração, principalmente o infarto agudo do miocárdio, contabilizou 84.945 casos - 9,4% do total.
Para desativar esse artefato explosivo, que pode ser acionado inesperadamente, é necessária a prevenção, com simples mudanças no dia-a-dia. Sheila Martins, coordenadora do Projeto Rede Brasil AVC, do Ministério da Saúde, aponta que o principal antídoto para essa ameaça é cuidar a hipertensão.
- A maioria sabe que é propensa, mas não se trata porque pressão não dá sintoma. O sintoma que as pessoas terão é direto o AVC ou o infarto. Basta reduzir o sal, caminhar meia hora três vezes por semana, diminuir o álcool e ir ao médico - exemplifica.
Cuidados com a hipertensão, aliados ao controle do diabetes, diminuição do colesterol e combate ao tabagismo, de acordo com a especialista, reduziriam drasticamente os casos no Brasil:
- Esses fatores juntos correspondem a 88% das causas de AVC no país. Todos eles preveníveis e tratáveis - constata Sheila.
- Somente 14 hospitais no país têm hoje condições de atender bem vítimas de AVC. Esse projeto vai ampliar isso e criará uma rede, tudo pelo Sistema Únicos de Saúde - informa Sheila.
Fonte: Diário Catarinense - 10-11-2008