12-11-2008 - Hospital Joana de Gusmão oferece atendimento às crianças disléxicas, que respondem por grande parte da evasão escolar

Os profissionais do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, alertam sobre a necessidade de se oferecer auxílio especializado para as crianças disléxicas. A desordem orgânica no processo de aquisição da leitura e da escrita dificulta a aprendizagem, fazendo com que este público represente 60% dos casos atendidos pelo Ambulatório de Dificuldades de Aprendizagem da instituição. O alerta marca o Dia Nacional de Atenção à Dislexia, comemorado no domingo, 16 de novembro.
Segundo a psicopedagoga e coordenadora do ambulatório, Lucimara Maia, a maior parte das crianças disléxicas e repetentes na escola não recebe ajuda especializada e, por isso, acaba desenvolvendo hiperatividade e desatenção. Para ela, a participação dos pais é fundamental para melhorar o desempenho de seus filhos na escola. “Normalmente, o desinteresse pelos estudos provoca a reprovação, e as crianças não deveriam encarar isso como um fracasso. Precisamos oferecer meios para que entendam que é a possibilidade de trilhar uma nova caminhada, tendo os pais e a escola como parceiros”, explica.
O conceito de dislexia existe há mais de 100 anos, e é tão amplo quanto curioso, já que pacientes reconhecidamente inteligentes podem apresentar dificuldades expressivas de linguagem. Para Fábio Luczynski, autor do livro e do site “Dislexia”, a doença é uma dificuldade específica de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, Linguagem Corporal e Social. Segundo ele, a doença não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, nem tampouco falta de acuidade visual ou auditiva, e ainda assim é grande responsável pela evasão escolar.
Em alusão ao Dia Nacional de Atenção à Dislexia, os responsáveis pelo Ambulatório de Dificuldades de Aprendizagem do Hospital Infantil Joana de Gusmão solicitaram aos pacientes que elaborassem redações sobre o tema, como forma de externar seus sentimentos acerca das dificuldades que experimentam no dia-a-dia.

Fonte: SES - 12-11-2008


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