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20-11-2008 - O incômodo dos caramujos

Moluscos são encontrados em todo o Brasil e podem causar doençasHá três anos, a família de José Francisco Gesser, 48 anos, se incomoda com os caramujos africanos que persistem em se proliferar no terreno baldio que fica ao lado da residência, no Bairro Flor de Nápoles, em São José, na Grande Florianópolis.
A situação enfrentada pelos Gesser não é diferente da encontrada em milhares de residências, em todo o Brasil, que tentam combater o animal que pode transmitir doenças ao ser humano e que se prolifera em grandes quantidades.
O assessor de zoonoses da Vigilância em Saúde, veterinário Henrique Sávio de Souza Pereira, explicou que o caramujo africano foi trazido clandestinamente para o Brasil, durante a década de 1980, sendo que os primeiros registros em Santa Catarina são de 1988.
- Na época, as pessoas acreditavam que poderiam ser criados como escargot, espécie de molusco comestível. Mas quando se percebeu que o molusco não servia para o consumo, os caramujos foram soltos em terrenos baldios. Como não tinha predador natural, a espécie se proliferou por todo o país - explicou.

Coleta deve ser feita com cuidado
A boa notícia, no entanto, é que nem todos os caramujos podem transmitir doenças e, no Estado, nenhum dos monitoramentos mensais que são encaminhados para a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, detectou a presença dos parasitas capazes de trazer problemas à saúde pública.
- Para transmitir a doença, o caramujo deve estar contaminado com o parasita. Felizmente, todas as amostras coletadas em Florianópolis deram resultado negativo, mas é necessário manter a precaução - afirmou Pereira.
Além de não ter predador, o molusco tem alto poder de reprodução. Por ser hermafrodita, um único caramujo é capaz de se autofecundar, colocando cerca de 400 ovos em 60 dias.
Em Florianópolis, há registro do aparecimento de caramujos africanos em praticamente todos os bairros, principalmente, no Norte da Ilha, nos Ingleses e no Rio Vermelho. O veterinário destacou que os moradores devem ter cuidado.
- A orientação é que a pessoa colete o caramujo usando uma proteção, uma luva ou saco plástico, e coloque em uma lata para incinerar. Depois, é preciso utilizar um pedaço de madeira para triturar as cascas e enterrar o restante. Não se recomenda o uso de lesmicida que pode causar desequilíbrio ecológico - ressaltou.

Fique atento
> A Vigilância em Saúde mantém uma equipe de captura para fazer a coleta dos moluscos em terrenos baldios
> Para acionar a equipe, é necessário fazer uma denúncia no Pro-Cidadão, pelo telefone (48) 3251-6400
> O atendimento é por ordem de chegada

Fonte: Diário Catarinense - 20-11-2008


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