23-01-2009 - 23-01-2009 - Hospital ameaça fechar as portas

Com dificuldades orçamentárias, o Hospital Dom Joaquim, de Sombrio, ameaça fechar as portas. As primeiras a serem cerradas foram as da maternidade e da ortopedia. Há duas semanas as atividades foram paralisadas nos setores por falta de médicos. Não bastasse isso, a instituição opera com um déficit de R$ 80 mil. O problema foi levado ontem ao conhecimento do Ministério Público pelo presidente da associação hospitalar Dom Joaquim, Adilson Barbosa.
"Não temos médicos para atender na maternidade. Um saiu de férias e o outro não quis fazer o plantão dele. Na ortopedia também: o médico saiu, não atenderá mais e não temos condições de pagar outro. Está bem séria a situação. O Ministério Público se comprometeu até a, se for preciso, fazer com que as prefeituras arquem com parte dos valores", enfatizou Barbosa. Enquanto isso, os pacientes são atendidos por um clínico geral e encaminhados ao Hospital Regional de Araranguá. Somente a maternidade atendia em média de 450 a 500 partos por ano.
Uma reunião hoje, entre os prefeitos de Sombrio, Balneário Gaivota e Santa Rosa, que possuem convênios com o hospital, e a associação, deve definir os rumos a serem tomados para amenizar o problema. Uma das intenções, de acordo com Barbosa, é aumentar o valor dos convênios com as prefeituras. "Atualmente, o valor mensal repassado pelas três é de R$ 38 mil. Queremos chegar ao valor que cubra o débito de R$ 80 mil", explicou. Outra saída, segundo ele, seria criar um plano de saúde. "A idéia é atingir 5 mil famílias com valores de contribuição de cerca de R$ 20 e até mesmo arrecadação via conta de energia", destacou.

Prefeito garantiu

- aumento no repasse
De acordo com o presidente da associação, o hospital arrecada mensalmente, incluindo os valores das prefeituras e do SUS (R$ 30 a 40 mil), aproximadamente R$ 140 mil e as despesas somam R$ 180 mil. "Agravou também porque o DPVAT agora é via SUS. Somente com o DPVAT deixamos de arrecadar R$ 40 mil. Precisamos de fontes de renda. Estou assumindo agora e, se continuar assim, não descartamos fechar as portas totalmente", salientou.
O prefeito de Sombrio, José Antônio da Silva Tiscoski, o Jusa, garantiu por parte de seu município um aumento no repasse. Dos R$ 25 mil que a prefeitura mantinha em convênios, o valor passará a R$ 35 mil mensais. "Amanhã (hoje), vamos assinar um convênio de R$ 480 mil, dividido em 12 parcelas, sendo que nos três primeiros meses serão parcelas maiores, de R$ 55 mil", comentou.
Por ora, ele descarta qualquer hipótese de a prefeitura administrar o hospital. O Dom Joaquim registra mensalmente uma média de 3 mil atendimentos entre pronto-socorro e internações. Funcionam atualmente, além da emergência, clínica médica, pequenas cirurgias e pediatria (sem plantonista). 

Fonte: A Tribuna - 23-01-2009
 


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