02-02-2009 - Ansiedade que vai além do normal

A sensação de ansiedade e frio na barriga é a mensagem de que há algum perigo à espreita. Essa angústia impulsiona ou retrai a pessoa na hora de agir, planejar e realizar o que deseja. É natural do ser humano e ocorre em momentos importantes, como durante a correria das compras e das festas de Natal e de fim de ano ou com os preparativos das férias, por exemplo.
No estresse da vida moderna, em muitos casos, a ansiedade de defesa passa para ansiedade patológica, o transtorno de ansiedade generalizada.
Quando ele toma conta da pessoa, as queixas são de sentimento crônico de nervosismo, tremores, dores musculares persistentes (especialmente na região do pescoço e da nuca), sudorese intensa, insônia, sensação de cabeça leve, tonturas, além de sintomas cardíacos, pulmonares e gastrointestinais.
– E o mais grave: o pressentimento de que não conseguirá dar conta do recado, de que algo ruim vai acontecer. O ansioso fica paralisado pelo pânico – esclarece o psiquiatra José Hamilton.

Hereditariedade é uma das características
Além da correria, das cobranças, a ansiedade tem uma característica hereditária: pai ansioso, filho certamente ansioso. As causas ainda não estão bem definidas, mas os cientistas descobriram que o fato de um indivíduo ser mais ansioso do que o amigo pode estar no desequilíbrio de neurotransmissores envolvidos no processo de humor. Ou seja: o bebê nasce com tendência à ansiedade.
Para fugir do distúrbio, Hamilton aconselha o planejamento das atividades diárias e exercícios físicos para diminuir a tensão. Mas, sem pressa.

Saiba mais
Quem é mais ansioso? O homem ou a mulher?
A mulher. Para cada duas ansiosas, há apenas um ansioso. Isso se deve às variações dos hormônios femininos, que estimulam a ansiedade. É uma prevalência natural. As mulheres são mais depressivas e ansiosas. Os homens bebem mais, jogam mais e são mais violentos.
Para conter as crises, as pessoas costumam ingerir ansiolíticos por conta própria. Essa atitude agrava ou ajuda a aliviar o quadro?
Quando a ansiedade é persistente e impede a pessoa de trabalhar, se divertir, ter contatos sociais, a medicação pode ser útil. Os remédios não resolvem totalmente o problema, mas ajudam a superá-los. Os ansiolíticos não podem ser usados por tempo indeterminado. Quem é ansioso sofre por isso, deve procurar ajuda médica para descobrir as causas do distúrbio e tratá-las. Geralmente, os medicamentos devem ser usados com muita cautela. Se não for adotado esse cuidado, a pessoa pode ficar dependente e ter crises mais frequentes.
A ansiedade é um mal da vida moderna. Ela é encarada com naturalidade?
Não. Ainda há bastante preconceito em relação ao paciente. Às vezes, é um transtorno, e ele precisa ser tratado. Amigos, familiares, colegas de trabalho acreditam que a pessoa está fazendo drama. Não é o caso. Ela precisa de ajuda.
Fonte: Josimar França, psiquiatra

Fonte: DC - 02-02-2009


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