Nos quartéis da Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros, o trote nas ligações é uma praga e atrapalha o atendimento. Agora, crianças e adultos estão também incomodando os funcionários das unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Um levantamento do Ministério da Saúde mostra que, no Nordeste, de cada dois telefonemas para o Samu, um é trote. Nas regiões Sul e Centro-Oeste, o problema é só um pouco menor. No Sudeste, o índice é de um trote a cada três telefonemas. E é na Região Norte que os trotes incomodam menos: eles são um em cada dez telefonemas para o Samu.
O pior trote é a mentira bem contada, que mobiliza as ambulâncias. As equipes perdem tempo valioso para atender quem não precisa ou quem não existe. “Fomos acionados para ir a um bairro da cidade atender um esfaqueado. Quando chegamos ao local, não existia nenhum esfaqueado”, conta a auxiliar de enfermagem Suzana Verlingue.
A situação é grave. “Pode gerar até uma morte, caso uma pessoa necessite falar com o serviço e o telefone esteja ocupado com um trote”, alerta o médico Rodrigo de Faria.
No Paraná, a alternativa encontrada foi tirar vantagem do identificador de chamadas. Os atendentes perceberam que muitas ligações estavam partindo do mesmo telefone. Eles colocaram os reincidentes em uma lista e mandaram para a polícia, que abriu inquérito para investigar os trotes. O crime pode dar até cadeia.
Fonte: G1 - 04-02-2009