04-02-2009 - EDITORIAIS: Mobilização por doadores

A morte da jogadora catarinense de basquete Michelle Splitter e de um jovem filho do deputado federal Beto Albuquerque (PSB/RS), em ambos os casos devido à leucemia, chamam a atenção para a necessidade de uma mobilização maior e constante de doadores de medula óssea. Os dois pacientes chegaram inclusive a fazer transplante, por terem encontrado doadores compatíveis. Em todo o país, porém, há uma interminável fila de espera que condena muitos enfermos a ficar sem perspectiva de sobreviver a uma doença possível de ser enfrentada com êxito em muitos casos.
A perspectiva de cura da enfermidade, crescente à medida em que avançam as pesquisas, tem mobilizado um contingente cada vez maior de pessoas em todo o mundo na busca tanto de soluções emergenciais quanto de conquistas de médio e longo prazos. De um lado, esses movimentos lutam para que haja cada vez mais possibilidades de transplantes na rede hospitalar, o que envolve investimentos na rede física e em pessoal, além da criação de bancos e cadastros públicos para facilitar a identificação de doadores. De outro, há um esforço para que o número de doações se amplie, o que depende sobretudo de maior conscientização e do acesso a orientações adequadas.
Tanto o Estado quanto o Brasil, de maneira geral, poderiam se valer muito mais dessa alternativa se pudessem contar com mais doadores. Uma das formas de ampliar esse número é chamar a atenção para aspectos como o de que um doador potencial precisa apenas ter entre 18 e 55 anos, além de boa saúde e a disposição de se submeter a um procedimento de 90 minutos no qual são realizadas múltiplas punções com agulhas. Quanto maior o acesso à informação, mais o número de doadores tende a crescer. E maior será a esperança de cura entre quem, muitas vezes, tem nesse gesto a única possibilidade de continuar vivendo.

Fonte: DC - 04-02-2009


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