12-03-2009 - Importação. Armadilhas em pontos específicos detectaram três focos do mosquito

A epidemia de dengue verificada no Rio de Janeiro, que causou 50 mortes somente no ano passado, tem deixado os órgãos de saúde alerta em Santa Catarina, pois o número de focos de moradores doentes só aumenta. Na capital já foram confirmados nestes dois primeiros meses do ano cinco casos positivos da doença e mais 12 esão em processo de investigação.
Conforme a coordenadora da Vigilância Sanitária do município, Ana Cristina Vidor, o setor esperava um número maior nesta época do ano, quando há um fluxo maior de pessoas chegando e saindo da cidade. No entanto, segundo ela, o alerta continua e o trabalho foi intensificado para evitar a proliferação do mosquito dentro da ilha. Ana diz também que todos os casos confirmados foram classificados como importados, ou seja, os moradores não adquiriram a doença dentro do município e sim fora dele em viagens para o Rio de Janeiro, Bahia e Roraima.
Neste mesmo período, três focos do mosquito Aedes Aegypti foram encontrados nas armadilhas distribuídas pela saúde em locais estratégicos de Florianópolis. Dois deles estavam no Terminal Rodoviário Rita Maria e o terceiro no bairro Capoeiras,. “Como temos equipes de prontidão que verificaram a situação dentro do prazo, nenhuma larva conseguiu se proliferar e o mosquito não chegou a se hospedar. Os focos já foram tratados, mas ainda há riscos”, destaca.
Agora, com o crescente número de casos, a Vigilância Sanitária está percorrendo a região onde foram encontradas as larvas em um raio de até 300 metros. Todas as residências e estabelecimentos comerciais precisarão ser visitados, assim, os agentes solicitam a colaboração dos moradores.

Recursos de R$ 1 milhão
Mesmo em posição de menor incidência de focos em relação aos demais estados brasileiros, o Ministério da Saúde destinou R$ 1 milhão em recursos para combater a dengue em Santa Catarina. O valor foi dividido entre os 293 municípios catarinenses para contratação de pessoal e realização de atividades complementares de combate ao mosquito.
Para este Verão, conforme o diretor da Vigilância Epidemiológica do Estado, Luiz Antônio Silva, a tática de contenção e monitoramento será baseada na análise de armadilhas. No total, são 800 agentes de saúde para verificar 22 mil armadilhas espalhadas em pontos estratégicos nos municípios. As visitas ocorrem uma vez por semana. A novidade desta temporada é que a população poderá obter informações sobre a doença e seu tratamento nas farmácias.

Controle do mosquito

Vigilância garante segurança

Santa Catarina é o único estado brasileiro livre da dengue. O mérito é resultado de um trabalho intensivo realizado pela Vigilância em Saúde de Florianópolis, que visitou neste Verão cerca de 3 mil residências por mês em todos os bairros da capital. Entre essas visitas, foram acionadas 1232 armadilhas, vistoriadas semanalmente, contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
“Não foi encontrado nem o mosquito nem a larva. A dengue está sob controle em Santa Catarina”, informa o diretor do serviço de Vigilância Sanitária, Anselmo Granzotto. Ele adianta que até o fim de março o número subirá para 1450 armadilhas. “Para aumentar o raio de controle”.
Na temporada que recebeu cerca de 750 mil turistas, o controle foi intensificado. “Tem muito turista que vem do Mato Grosso, Paraná e Rio de Janeiro, localidades onde a dengue está instalada e fora de controle. O mosquito pode entrar em um porta-malas, por exemplo, e picar alguém”, explica Anselmo Granzotto.
O Programa de Combate ao Caramujo Africano também foi promovido pelo órgão. O caramujo transmissor de doença intestinal aguda grave e de um tipo de meningite. “Temos infestação em todos os bairros de Florianópolis. O Brasil está infestado”. A Vigilância Sanitária orientou a população para incinerar os caramujos e está providenciando equipamentos de incineração para levar às comunidades.
Controle do borrachudo, controle do bicho de pé, da pulga e do carrapato, controle de zoonoses e doenças difundidas pelo pombo e morcego, e Programa Vigilância nos Bairros são algumas das ações de trabalho da Vigilância em Saúde de Florianópolis. 

Fonte: Notícias do Dia - 12-03-2009


  •