A liderança no ranking nacional de transplantes, pelo terceiro ano consecutivo, levou Santa Catarina à manchete da revista Veja desta semana (com data de 8 de abril). Com o título “Uma história de dedicação e sucesso”, a matéria apresenta Santa Catarina como um estado “seis anos à frente” dos demais nesta área complexa e comovente da medicina. Com dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a reportagem também destaca a posição do estado em termos mundiais: se SC fosse um país, teria à sua frente, em termos de doações efetivas de órgãos por milhão de população (p.m.p), apenas 17 territórios, superando índices de potências econômicas, como a Alemanha e o Canadá.
“Nosso estado tem orgulho de ser líder nacional em dezenas de setores, mas estes dados nos orgulham de modo particular, porque além da dedicação dos profissionais das centrais de transplantes, prova o quanto é expressiva a solidariedade dos catarinenses”, destaca o Secretário de Estado da Saúde, Dado Cherem. Em 2008, o Governo do Estado investiu quase R$ 2,5 milhões em uma grande campanha para sensibilizar a população sobre o tema, com o slogan “Deixe uma herança que vai salvar vidas. Se você é doador, avise sua família”, e este ano a SES foi parceira da Associação de Pacientes Renais (APAR) em nova campanha do gênero para a mídia eletrônica.
Ao longo dos últimos anos, o Governo investiu quase R$ 12 milhões no setor de transplantes, entre reformas de unidades hospitalares e capacitações para os profissionais das centrais de transplantes. “Isso é resultado de uma política que valoriza os transplantes e que reconhece esta área como uma necessidade permanente da sociedade”, observa o secretário Dado Cherem. Esse investimento também permite que Santa Catarina ostente outro número expressivo. É o Estado que realiza o maior número de transplantes de fígado e rins com doadores falecidos, proporcionalmente à sua população. Isso representa uma economia em escala com reflexo em várias áreas, já que, além de ter muito mais qualidade de vida, quem recebe um órgão automaticamente desafoga outros serviços de saúde, como o de diálise.
Santa Catarina tem 16,7 doadores efetivos por milhão de população, e é o único estado do país a ultrapassar, em todos os tempos, a marca dos 15 D.E. p.m.p. A maioria das captações em Santa Catarina é realizada em hospitais públicos, e todo o processo, mesmo quando envolve clínicas particulares ou hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde, é gerenciado pela SC Transplantes, a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos da Secretaria de Estado da Saúde. No Brasil, a média atual é de 7,2 doadores efetivos p.m.p. Doador efetivo, vale explicar, é o corpo pronto para a retirada dos órgãos, após encerradas todas as etapas do processo de captação, como diagnóstico de morte encefálica, autorização da família e manutenção do corpo na UTI.
Outros dados destacados na revista Veja confirmam a vanguarda de Santa Catarina nesta área. No último ano, a queda nos índices de recusa familiar para a doação de órgãos foi de 53% em Santa Catarina , enquanto no Brasil foi de 37%. O Estado também ostenta um dos melhores índices de manutenção de corpos para transplante. Em São Paulo , de cada 100 pacientes com morte encefálica, em 60% dos casos os órgãos são conservados adequadamente. Em Santa Catarina este índice sobe para 80%. Em termos de Brasil, das mais de 10 mil mortes encefálicas registradas no ano passado, apenas a metade foi notificada. Já em SC, sete em cada 10 diagnósticos de óbito são informados.
Fonte: SES - 06-04-2009