A grande procura pela Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) que divide espaço com a policlínica do Norte da Ilha, ao lado do Terminal de Integração de Canasvieiras (Tican), inaugurada há mais de dois meses, tem preocupado os gestores da área de saúde do município.
Quando abriu as portas, em fevereiro deste ano, a unidade não recebia mais de 200 pessoas por dia, conforme relatório citado pelo coordenador do UPA-Norte, Rodrigo Mirando, no entanto, o número mais que dobrou no último mês, em média 450 pacientes ao dia, atingindo um total de 13 mil atendimentos em março. “Os moradores de todas as regiões estão se dirigindo para cá, mas esquecem que a unidade abriu para atender o Norte da Ilha em situações de emergência e urgência”, relata. A maior parte são casos ambulatoriais que deveriam ser tratados em postos de saúde da capital.
Como a unidade funciona 24 horas por dia, existem horários críticos, sobrecarregando os dez médicos que se dividem por plantão de 12 horas. “por lei, cada médico pode atender de quatro a seis pessoas dentro de 60 minutos, mas como atendemos em média 400 pacientes ao dia, já atingimos o limite”, diz o coordenador, lembrando que a Secretaria de Saúde da capital já estuda a possibilidade de mais contratações. “Se continuar assim, vamos precisar de mais dois clínicos”, comenta Miranda.
Secretaria adotará triagem
Conforma o secretário-adjunto de Saúde da capital, Clecio Espezim, o número de médicos da Unidade de Pronto-Atendimento do Norte da Ilha ainda é suficiente mesmo com a demanda. O local, diz\, possui capacidade para atender até 600 pessoas ao dia. “A demora no atendimento está relacionada com a falta do sistema de triagem que ainda não foi instituído na unidade, questão que até a metade deste ano deva estar resolvida”, observa. Para inaugurar a unidade foram investidos R$ 1,9 milhão, em recursos do Ministério da Saúde, estado e prefeitura.
Paciência
Quem procura a unidade pode enfrentar fila, conforme o dia e horário. Foi o caso do morador dos Ingleses, Ludinei Pedroso, 51 anos. No dia 30 de março ele se dirigiu à UPA. Segundo ele, seu joelho não foi analisado e as quase quatro horas de espera serviram apenas para receber um receituário.
Da mesma forma, Pedro Paulo Martins, 56 anos, esperava conseguir amenizar os sintomas de uma depressão. “Fiquei três horas esperando para receber a informação de que eu preciso primeiro procurar o posto de saúde mais próximo, mas já fui lá e não estão agendando consulta por falta de médico”, declarou.
Fonte: Notícias do Dia - 13-04-2009