14-05-2009 - Pacientes com AVC serão atendidos pelo SUS com medicação de ponta

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) está adotando, a partir deste mês, um medicamento de última geração para socorrer pessoas com acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame, através do Sistema Único de Saúde (SUS). O Hospital Governador Celso Ramos, em Florianópolis, é a referência para o atendimento, que necessita da agilidade e da colaboração de profissionais de diversos setores da saúde para garantir a eficácia do remédio alteplase, capaz de evitar que os pacientes tenham sequelas, como dificuldade para falar ou paralisia de um lado do corpo.
O paciente com suspeita de AVC precisa chegar o mais rápido possível ao hospital através das equipes do SAMU, que são aptas a fazer o diagnóstico do AVC e a transportar a pessoa com agilidade e eficiência. O tempo máximo estabelecido para o paciente receber os primeiros atendimentos na unidade de saúde deve ser de 4 horas e meia, o que significa dizer que as chances de recuperação aumentam quanto mais cedo ele chegar.
Assim que o paciente dá entrada no hospital, o médico da emergência deve acionar os neurologistas, que solicitam a realização de exames de sangue e uma tomografia computadorizada de crânio. Quando necessário, eles receitam o medicamento, que, além de evitar o surgimento de sequelas, reduz o tempo de internação e a mortalidade dos pacientes. O remédio é indicado para cerca de 20% dos pacientes que sofrem o AVC. Segundo um estudo epidemiológico realizado em Joinville, a incidência anual de AVC é de cerca de 160 casos a cada 100 mil habitantes.
De acordo com a Coordenadora Estadual de Urgências e Emergências da SES, Gladys Lentz Martins, é importante esclarecer a população sobre os sintomas da doença para garantir um atendimento rápido. As pessoas que apresentam o problema têm desvio da boca, dificuldade para falar e paralisia de um lado do corpo ou de um membro. No ano passado, um trabalho no Hospital Celso Ramos avaliou os fatores de atraso na chegada de 103 pacientes à emergência. “A conclusão é de que os pacientes que chegam tardiamente apresentam idade maior, têm menor tempo de estudo, possuem menor renda, iniciam os sintomas de madrugada, passam em algum lugar antes, são portadores de Diabetes Mellitus e não são trazidos de ambulância”, afirma a coordenadora. Por isso, a recomendação: aos primeiros sinais dos sintomas, as equipes do SAMU devem ser comunicadas imediatamente pelo telefone 192.
Para viabilizar o atendimento especializado, foram realizadas capacitações para médicos e residentes das emergências e unidades de tratamento intensivo (UTIs) dos hospitais da rede pública, do SAMU e do serviço de neurologia do Hospital Governador Celso Ramos. Os neurologistas, inclusive, vêm se preparando para iniciar este tratamento há cerca de dois anos. Além disso, a SES disponibiliza o medicamento para a equipe médica. Cada ampola tem um custo de R$ 1,4 mil, sendo necessárias duas doses por paciente.

Fonte: SES - 14-05-2009


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