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12-05-10 Maternidade do HSC reabre nesta segunda-feira

Pelo menos dez bebês teriam morrido por falta de médicos

Depois de uma longa e tensa negociação na manhã desta sexta-feira, 7, os prefeitos de Canoinhas, Três Barras e Bela Vista do Toldo, enfim, entraram em um acordo com os médicos que atuavam nas Maternidades de Canoinhas e Três Barras.
Dessa forma, a Maternidade do Hospital Santa Cruz, de Canoinhas, voltou a funcionar às 8h desta segunda-feira, 10. A de Três Barras segue fechada.
Os médicos pediatras Carlos Gustavo Werner Baggio e Viviane Zanolla passam a atender sob a condição de que a prefeitura contrate outros dois pediatras dentro de 15 dias, sob a ameaça de deixarem o trabalho. Um pediatra já foi contratado pelo município de Canoinhas e deve assumir parte do plantão. O desafio agora é encontrar outro pediatra que se interesse pela região, tarefa difícil, considerando que apenas um se interessou pelo teste seletivo aberto no mês passado.

NEGOCIAÇÃO
O acordo começou a ser fechado com a questão salarial. Os médicos pediam R$ 16 por hora de trabalho de plantão. Acabaram cedendo para R$ 11 – quase o dobro dos R$ 6 pagos anteriormente –, o pagamento da hora/plantão, exclusivamente para atender pacientes de Canoinhas. O impasse começou quando os prefeitos admitiram que os R$ 11/hora seriam rateados entre as três prefeituras. Os médicos pediram 30% a mais sobre os R$ 11 para atender os pacientes de Três Barras e mais 10% para atender os pacientes de Bela Vista do Toldo. Eles pediram ainda nova rodada de negociações daqui a 45 dias, prevendo a abertura de concurso público para contratação de mais plantonistas.
Apesar das alegações do prefeito de Canoinhas, Leoberto Weinert (PMDB) de que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) o impedia de gastar além do ofertado, os médicos não cederam e coube aos prefeitos cederem e aceitarem a proposta.
Os prefeitos tentaram ainda convencer os médicos a atenderem nas maternidades de Canoinhas e Três Barras, mas eles foram relutantes em centralizar o atendimento em Canoinhas, alegando que se já está difícil manter uma maternidade, seria impossível manter duas. “Saio como o maior prejudicado desta reunião, mas abro mão da abertura da maternidade de Três Barras, considerando que teremos uma estrutura em Canoinhas”, disse o prefeito de Três Barras, Elói Quege.
A negociação, por enquanto só acertada verbalmente, será transcrita em ata e será assinada por médicos e prefeitos. Com o acordo, os médicos plantonistas vão receber R$ 15,40 por hora trabalhada, R$ 0,60 a menos do maior valor pago no Estado, em Blumenau e Joinville. Segundo o advogado do Sindicato dos Médicos de Santa Catarina, Rodrigo Machado Leal, que acompanhou a reunião, a negociação foi satisfatória. Ele chegou a cogitar iniciar uma ação civil pública contra os municípios e o Estado. Segundo revelou o médico obstetra Saulo Sabatini durante a reunião, pelo menos dez bebês que deveriam nascer em Canoinhas e Três Barras morreram por falta de médico. 

Fonte: Correio do Norte On line (07/5/2010)


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