14-02-2008 - Hospital Regional: Homem morre após deixar o hospital

Ontem, o servente Paulo Bernardino da Silva, 46 anos, foi enterrado no Cemitério Municipal de Palhoça, no Bairro Passa Vinte, exatamente três dias depois de ser internado pela primeira vez em sua vida. Sem saber que doença causou sua morte repentina, e questionando o atendimento no Hospital Regional, a família estava inconsolável. Segundo a assessoria da Secretaria de Saúde do Estado, ainda no Hospital Regional, onde recebeu atendimento, ele pediu para deixar a instituição e assinou um termo de responsabilidade. Paulo deixou a mulher, quatro filhos e seis netos.
Ele deu entrada na emergência do Hospital Regional no último domingo (10/02), por volta das 16 horas, depois de cerca de cinco horas de espera na recepção da emergência. Fio medicado, passou a noite sentado numa cadeira, segundo parentes, e foi "liberado" segunda-feira (13.02) à noite, levando consigo uma receita médica indicando o uso de um antibiótico amoxicilina.
O problema, aos olhos da família, é que ainda não havia um diagnóstico definitivo e, mesmo assim, ele deixou o hospital. "Ele deveria ter ficado para descobrirem o que ele tinha, irem mais fundo", disse o seu filho, Paulo Cezar Machado da Silva, 24 anos. As suspeitas eram de dengue ou leptospirose, mas a certidão de óbito disse que ele morreu de pneumopatia aguda, ou seja, doença do pulmão.
O que a família não sabia era que Paulo pediu para deixar a institução hospitalar e assinou um termo de compromisso. Ele foi levado para sua pelo seu chefe, na segunda-feira, mas teve que retornar à emergência do Regional no mesmo dia. Paulo não resistiu e faleceu às 7h30min de terça-feira. "Quando chegou em casa, ele já estava gelado, passando mal", lembrou o filho Paulo Cezar.
A descoberta de que Paulo estava doente e a morte repentina abalou familiares, que agora pretendem evitar que outras pessoas passem pelo mesmo drama e exigem explicações do hospital. "Queremos saber o que realmente aconteceu", enfatizou o irmão de Paulo, Luiz Antônio Bernardino da Silva, emocionado.

Conselho rebate todas as acusações
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Saúde do Estado informou que o órgão não irá se pronunciar sobre o caso porque não teve culpa alguma, já que Paulo assinou um termo de responsabilidade quando deixou o hospital, estando, assim, ciente da suspeita de duas doenças graves.
O presidente do Conselho Regional de Medicina, Anastácio Kotzias Neto, ratificou o posicionamento do médico da instituição hospitalar. "Não temos, como cidadãos, como contratriar o pensamento e a vontade de outro cidadão", disse, explicando que o termo de responsabilidade serve para tentar convencer a família, ou o próprio paciente, de que o melhor para quem precisa de cuidados é permanecer no hospital, com a finalidade de conservar sua integridade física.
Segundo Anastácio, os problemas, como nesse caso, se restringem à superlotação dos hospitais e ao fato de um exame que detecta doenças infecto-contagiosas poder levar uma semana para ficar pronto.

Fonte: Jornal Notícias do Dia - 14-02-2008


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