08-04-2008 - Faltam trabalhadores na nova UTI do HU

No dia 25 de fevereiro foi inaugurada a nova UTI - Unidade de Tratamento Intensivo, do HU - Hospital Universitário da UFSC. Embora a unidade tenha disponíveis 20 novos leitos apenas sete serão utilizados devido à falta de funcionários.
A Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária exige que, nas UTIs, cada paciente seja atendido por dois auxiliares de enfermagem por turno e que, para cada 10 leitos, deve haver um enfermeiro e um anestesista. Mas, o HU da UFSC está sofrendo por falta de trabalhadores e, por isso, a nova UTI foi inaugurada com o número reduzido de leitos.
A situação do HU não é diferente dos demais hospitais-escola do país, onde faltam aproximadamente 25 mil trabalhadores no total.
O Hospital Universitário da UFSC é o único hospital que atende 100% pelo SUS no Estado de Santa Catarina e pessoas, principalmente as mais pobres, dependem desse hospital para conseguirem assistência médica. Cerca de 350 mil pessoas são atendidas anualmente no hospital, praticamente a população de Florianópolis.
O reitor da UFSC, Lúcio Botelho, e o diretor-geral do HU, Carlos Alberto Justo da Silva, haviam garantido que os 20 leitos da UTI do hospital universitário estariam funcionando na data da inauguração, mas o diretor da UTI, Fernando Machado, disse que isso seria impossível por causa da falta de profissionais.
A UTI foi aparelhada com os melhores equipamentos que se pode ter hoje. “Estrutura de primeiro mundo”, como define Justo da Silva, mas, para colocar essa estrutura para funcionar, é necessário contratar pessoal. Para garantir o pleno funcionamento da UTI, que passaria de sete para 20 leitos, seria necessária a contratação de cem profissionais de saúde, segundo informou a direção do Hospital.
A senadora Ideli Salvati esteve presente na inauguração e disse que está procurando uma “solução transitória” até que um novo concurso seja realizado.
Os voluntários da Associação Amigos do HU entregaram um dossiê à senadora, no qual apontam as demandas do hospital. A principal delas é a realização de concurso público para contratação de profissionais.
Segundo o reitor, além de novos concursos, é necessário aumentar o salário dos profissionais de saúde.
O diretor da UTI afirma que com essa situação rotineiramente tem sido preciso suspender cirurgias de grande porte. Não são emergências, mas cirurgias em que o procedimento pós-operatório envolve tratamento intensivo.
 
Fonte: Hospital Universitário - 08-04-2008


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