27-06-2008 - Ortopedia . Atendimento médico pelo SUS no Hospital Celso Ramos demora até sete horas

Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) reivindicam atendimento digno na emergência de ortopedia do Hospital Governador Celso Ramos, de Florianópolis. Na terça-feira não tinha médico, segundo Anísia Pacheco Ventura, 29 anos, uma das centenas de pacientes que ficaram sem atendimento.
Na quarta-feira, o preenchimento de fichas foi interrompido às 15h30min porque a instituição estava lotada, ainda de acordo com Anísia. Ela relata que ficou quase uma hora aguardando para ser informada do cancelamento. Ontem pela manhã, não houve tumulto, apesar da demora já característica no setor.
Valdeci da Costa, 36 anos, é outra vítima da precariedade do sistema. Com dores na coluna, ele teve que esperar horas em pé para consultar com o médico de plantão. “Eles disseram que chamavam logo, mas já faz mais de ua hora e até agora nada”, reclamou.
Sem saber a hora que entraria no consultório médico, Costa desanimou ao ouvir o relato de Anísia, que já havia sido atendida na segunda-feira. “Cheguei aqui às 14 horas e saí às 20 horas”, lembrou. Com Janaína Isabel da Rocha, 25 anos, não foi diferente. “Cheguei aqui às 9 horas e fui atendida só às 16 horas. Foram sete horas de espera”, com dor e revolta, disse.
Adelaide Bauer Nascimento, 34 anos, denuncia o descaso da direção do Celso Ramos. Segundo ela, a recepcionista que preenche as fichas dos pacientes saiu às 12 horas e só retornou às 13h30min, deixando todas as pessoas que chegaram neste período esperando e sem informação. “Ninguém ficou no lugar. Eu esperei mais de uma hora só para fazer a ficha”, afirmou.

Secretaria não admite
A Secretaria de Estado da Saúde esclarece que o atendimento na emergência do Hospital Celso Ramos está sendo realizado normalmente, não havendo registro formal de reclamação com relação aos serviços prestados pelo setor, na tarde de ontem. Segundo a nota, “é preciso ressaltar que os médicos que atuam na emergência priorizam o atendimento de pacientes que necessitam de socorro imediato”.
E acrescenta: “na maior parte dos casos, o médico precisa acompanhar o paciente no centro cirúrgico em função da gravidade do seu estado de saúde. No entanto, pelo menos 70% dos atendimentos realizados na emergência da unidade poderiam ser solucionados na rede básica de saúde, já que não se caracterizam como de urgência”.

Fonte: Notícias do Dia - 27-06-2008


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