18-07-2008 - Hospital da Capital faz três transplantes de rim em quatro dias

Nos últimos quatro dias, o Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, fez três transplantes de rim de doadores mortos. Desde 1996, quando o hospital começou a fazer o procedimento, a média era de cinco por ano.
Os transplantes foram feitos no domingo, 13, na terça-feira, 15, e este último nesta quarta. Todos os procedimentos foram bem-sucedidos e os pacientes seguem internados no hospital, em observação. 
— Como é mais comum realizarmos transplantes de rim de doador vivo, os casos de doador cadáver nos chamam a atenção porque mostram que, apesar da tristeza pela morte de uma pessoa, a família possibilita a alegria de alguém que necessita do órgão — avalia o médico urologista Rogério Moritz.
De acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos e Tecidos, Santa Catarina é líder em doação de órgãos no Brasil, com 14,8 doadores por milhão de pessoas. No Estado, é possível fazer transplantes de córnea, coração, válvula cardíaca, pâncreas, rim, fígado, osso, esclera ocular e medula óssea.
Os outros órgãos são enviados para hospitais de outros estados. No primeiro semestre de 2007, por exemplo, 40% dos corações transplantados no Paraná foram distribuídos por Santa Catarina.

Dúvidas sobre transplantes de órgãos e tecidos 
Como posso ser doador?
 
Hoje, no Brasil, para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, em nenhum documento. Basta comunicar sua família do desejo da doação. A doação de órgãos só acontece após autorização familiar. 
Quais são os tipos de doadores? 
Doador vivo — qualquer pessoa saudável que concorde com a doação. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Pela lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não parentes, somente com autorização judicial.
Doador cadáver  — são pacientes em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico como qualquer outra cirurgia. 
Quais órgãos e tecidos podem ser obtidos de um doador cadáver? 
Coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão. 
Para quem vão os órgãos? 
Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado e controlada pelo Ministério Público.
Como há certeza do diagnóstico de morte encefálica? 
Não existe dúvida quanto ao diagnóstico. O diagnóstico da morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos de diferentes áreas examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar. 
Após a doação o corpo fica deformado? 
Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra e o doador poderá ser velado normalmente. 

Fonte: DC/Hospital Celso Ramos - 18-07-2008 


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