A Polícia Civil da Capital começou ontem a ouvir os depoimentos de pessoas que denunciaram o médico Fernando Slovinski, que fazia cobranças indevidas para realizar exames no Hospital Celso Ramos.
Segundo o delegado Jeferson de Paula, oito pessoas que registraram boletins de ocorrência serão ouvidas nesta semana na Central de Polícia, além do diretor do hospital, Libório Soncini, que depõe hoje de manhã.
As vítimas que prestaram depoimentos ontem, de acordo com o escrivão Charles Athayde, confirmaram a cobrança dos exames pelo médico e a utilização de equipamentos, documentos e material do hospital público.
Amanhã, estão previstos dois depoimentos e, na sexta-feira, outros três. Na semana que vem, dia 31, estão agendados mais três depoimentos, entre eles o do médico Fernando Slovinski. A polícia tem 30 dias para concluir o inquérito, instaurado nesta semana.
O médico está afastado da chefia do setor de tomografia do Hospital Celso Ramos desde que foi flagrado cobrando pelos exames. A Secretaria de Estado da Saúde encaminhou o caso para a Procuradoria-Geral do Estado.
Nesta semana, será formada uma comissão administrativa que tem um prazo de 10 dias para iniciar os trabalhos, após a publicação no Diário Oficial do Estado.
A comissão vai ouvir o médico e as testemunhas de acusação e defesa. Ao final do processo, que deve ser concluído em 60 dias, o médico Fernando Slovinski pode ficar impedido de retornar para o serviço público.
- Se a demissão for qualificada, pode haver uma suspensão ou impedimento de participar de concurso público de seis a 10 anos, segundo o estatuto do servidor público - explicou o procurador Zênio Ventura.
O médico também é investigado pelo Conselho Regional de Medicina. A sindicância aberta ganhou força depois que uma das vítimas fez uma denúncia formal.
Fonte: Diário Catarinense - 23-07-2008