04-09-2008 - Joana de Gusmão- Falta de UTI inviabiliza funcionamento de salas operatórias no hospital infantil

O Hospital Infantil Joana de Gusmão, na Agronômica, dispõe de oito salas de cirúrgias para atender as crianças de todo o Estado. No entanto, quatro delas estão fechadas desde a inauguração, há quase 25 anos, o que tem atrasado os procedimentos e tem engrossado a angustiante fila de espera pelas cirurgias. No início de agosto, o problemas foi motivo de alerta do deputado estadual Pedro Baldissera(PT), que chegou a enviar ao Ministério Público Estadual ( MPE) uma representação sobre o caso.
Segundo os parlamentar, as salas são mantidas fechadas por falta de manutenção e a saída seria elaborar um Termo de Ajuste de Conduta para reativação dos locais. "É uma aberração" classificou o deputado, que no documento ao MPE, também denúnciou a falta de aplicação do percentual mínimo de 12% da arrecadação na área da saúde pelo governo do Estado. De acordo com a assessoria de comunicação do MPE, a representação ainda está sob análise, na promotoria da moralidade, e não existe prazo para conclusão do procedimento.
Enquanto isso, a redução do número de salas de cirurgia em funcionamento no hospital tem virado desespero para os pais de crianças na fila de espera. O funcionario público João, 46 anos, que preferiu omitir o sobrenome por medo de ser prejudicado, mora em município do Oeste, e aguarda com aflição pela cirurgias do filho de 10 anos. O menino precisa de uma intervenção na coluna e está na fila com mais de 150 crianças, segundo o pai. Desanimado, João já procurou por clínicas particulares, onde o valor orçado pelo procedimento foi de R$25mil." Estou pensando em fazer particular, com ajuda da familia. Ele não pode esperar. Isso é um descaso do governo", reclama com indignação.

Abertura é prevista só para julho de 2009
O superintendente de hospitais públicos da Secretaria Estadual da Saúde, Rberto Hess, confirma que as salas cirúrgicas estão fechadas. O projeto inicial previa oito salas cirúrgicas, contudo, desde o inicio do funcionamento do hospital, há quase 25 anos somente quatro delas foram ativadas, além de uma quinta sala para procedimentos de emergência. Segundo o médico, o problema acontece devido à falta de leitos na Unidade de Terapia Intensiva ( UTI). " Em cirurgias de risco, com pós-operatório complicado, se não tiver leito na UTI não se faz", explica Hess.
O Hospital infantil tem habilitação para realizar procedimentos cirurgicos de alta complexidade, como ortopédicos, oncológicos e endocrinologicos. Hoje, o hospiatl possui nove leitos de UTI e outros cinco de para neonatal, o que seria incompatível para oito salas cirúrgicas em funcionamentos. Para julho de 2009 está prevista a construção de 20 leitos de UTI. Outras cinco UTIs de neonatal serão inauguradas ainda neste ano. " Temso que dar condições para os médicos realizarem as cirugias com segurança" diz Hess. Algumas crianças têm sido remanejadas para o hospital infantil de joinville, que possui 168 leitos, e para o Hospital Pequeno Princípe, em Porto Alegre.

Sem água, consultas e exames são suspensos
Desde a última terça-feira, o hospital enfrenta situação atípica. Sem água nas torneirasa, pacientes são prejudicados pela suspenção de alguns procedimentos. Willian,14 anos, filho da dona-de- casa Rosimar Diamantina NUnes, 46 anos, foi até o hospital ontem para recolocar o gesso no pé, que está quebrado desde o inicio de agosto.
Por causa da falta de água, o adolescente teve que voltar sem gesso. A falta de água ocorreu após rompimento na tubu~lação que liga o reservatório do prédio, de 280 mil litros, aos canos de tristibuição.Cerca de 70% da distribuição de água foram cortados no hospiatl. Ontem, as cirugias eletivas foram suspensaqs e alguns exames, como raio-x, tiveram que ser realizados no Hospital Nereu Ramos, que fica ao lado do infantil

Fonte: Notícias do Dia - 04-09-2008


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