26-09-2008 - Materiais são racionados em hospital da Capital

Estão faltando máscaras e aventais para funcionários do Hospital Nereu Ramos, na Capital. Os equipamentos, que deveriam ser descartáveis, são reaproveitados várias vezes, gerando risco de transmissão de doenças.
Enfermeiras e outros servidores do Hospital Nereu Ramos, na Capital, estão passando dificuldades no atendimento de pacientes com sarampo, varicela, herpes oster (tipo mais agressivo da doença) e tuberculose.
A falta dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como máscaras e avental descartáveis, há um mês foi confirmada por alguns servidores, que não quiseram ser identificados. O material vem sendo racionado. Hoje, cada funcionário está recebendo uma máscara em cada 15 dias.
— A máscara que deveria durar dois ou três dias, pelo suor ou pela própria fala com os pacientes, está sendo utilizada por mais dias. Hoje (quinta-feira), temos quatro pacientes no isolamento com microrganismos multirresistentes e não possuímos avental descartável. Uma enfermeira dá banho em mais de um paciente com o mesmo avental de pano — conta uma das funcionárias.
Segundo uma servidora da área de saúde, os microrganismos podem ser transmitidos de um paciente para o outro com o avental de pano. A segurança dos funcionários também é colocada em risco, quando o avental molha e alguma secreção pode atravessar a peça de pano.
— Também falta óleo dersani para curativos — reclama outro servidor.

Gerente confirma controle de equipamentos
O gerente administrativo do Hospital Nereu Ramos, Luciano Pereira, disse que não faltou máscara, óleo dersani e avental descartável. Ele explicou que houve um racionamento nos Equipamentos de Proteção Individual.
— Realizamos uma compra direta de 5 mil máscaras, mas a empresa só entregou uma parcela. Estamos providenciando a compra dos aventais descartáveis e o óleo dersani só é liberado quando retorna o frasco vazio, porque estamos com muito desperdício — explicou. Ainda, segundo ele, a máscara só perde a validade quando molha ou deforma.
A reportagem apurou que a empresa responsável pela entrega das máscaras está sem o material e, por isso, o equipamento continua racionado. Por quatro ocasiões houve a tentativa de contato com responsáveis da Vigilância Sanitária Estadual, ligada à Secretaria de Estado da Saúde, mas o assessor não retornou as ligações.

Fonte: Diário Catarinense - 26-09-2008


  •