A globalização e as novas tecnologias foram fundamentais para a melhoria dos serviços de saúde, mas também foram instrumentos para o avanço da pirataria no mercado de produtos e dispositivos médicos. E o risco é do paciente. A meta e o desafio para os representantes das grandes empresas, fornecedores e associações do setor de saúde é trabalhar com o governo federal para uma conscientização pública de combate à pirataria.
O cenário, que já é grave na área de medicamentos, também é preocupante no setor de produtos e insumos médicos. Só em 2007, a Organização Mundial da Saúde registrou 1,5 mil casos de falsificação. A pressão econômica por menores preços em produtos para a saúde é uma das causas da pirataria. Trata-se de um mercado secundário, realizado principalmente em sites de leilões virtuais, onde as procedências do produto e do fabricante são de difícil fiscalização e controle. O mercado na internet permite que os produtos falsificados proliferem no mundo inteiro, pela facilidade de importação sem o devido controle. O usuário pode comprar uma válvula cardíaca tão facilmente como compra uma mala ou uma camiseta.
Os produtos falsificados não são esterilizados, não são testados. São cópias, às vezes bem feitas, de produtos já existentes. Assim como qualquer um compra um CD pirata, existem centros médicos adquirindo produtos falsificados. Se os CDs piratas são péssimos, dá para imaginar o que pode ocorrer com um produto médico sem qualidade garantida. O resultado pode ser trágico.
*Presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares
Fonte: DC - 02-02-2009