31/8 Presidente da ANMR estará nesta 3ª em audiência na AL em SP

O presidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), Nivio Lemos Moreira Junior, participa nesta terça, dia 31, como convidado da audiência pública da Assembleia Legislativa de São Paulo que abordará a greve da categoria. O movimento, que atinge 90% dos 22 mil residentes em todo o País, alcança o 14º dia. O evento é organizado pela Comissão de Saúde e Higiene da AL paulista, que pretende discutir os problemas enfrentados pela categoria, como baixa remuneração e condições adversas de formação. A audiência ocorrerá no Plenário José Bonifácio, no 1º andar do Palácio 9 de Julho (Avenida Pedro Álvares Cabral, 201, Ibirapuera, São Paulo).
A ANMR enviou nesta segunda, dia 30, carta ao governo federal solicitando formalmente a continuidade da mesa de negociações com a categoria, que completa duas semanas da greve nacional. O documento foi remetido aos Ministérios da Educação (MEC) e o da Saúde. A entidade também conta com apoio da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Médica Brasileira (AMB) para reforçar a busca de interlocução com os ministérios. A ANMR lembra que nos movimentos ocorridos em 2001 e 2006, que fora marcados por paralisações de longa duração, o governo manteve as conversações, que resultaram em reajustes acima de 30%.
A categoria luta agora por correção de 38,7% para a bolsa-auxílio de R$ 1.916,45, congelada desde 2007. A bolsa é única ajuda de custo para a maioria dos residentes, que cumprem jornada de 60 horas semanais de formação em treinamento. Esta carga horária é sempre maior já que a categoria hoje é cada vez mais colocada como mão de obra barata na linha de frente da assistência. Situação que acaba prejudicando a especialização ante falta de supervisão, que deve ser feita por médicos preceptores.
Na última quinta, dia 26, a ANMR propôs ao MEC índice de correção em duas etapas – 28,7% a ser pagos em setembro, e 10% em 12 meses. O Ministério não só recusou como manteve proposta de 20%, percentual refutado pelo movimento antes da paralisação. “Estamos firmes em nossa luta. Além disso, a sociedade reconhece nossa importância para o Sistema Único de Saúde”, destacou o presidente da ANMR, Nivio Lemos Moreira Junior.
A entidade reforça que está aberta ao diálogo. Em busca de mais força e apoios, os residentes intensificam esta semana agendas com parlamentares estaduais e já tem proposta de audiência da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, em Brasília, em data a ser definida. Os 25 estados em greve (apenas Tocantins está fora por não ter programa de Residência Médica) e Distrito Federal, que totalizam 90% de adesão entre os 22 mil residentes, programam ações junto à população, passeatas e atos públicos.
Há quatro meses os médicos reivindicam reajuste de 38,7% na bolsa-auxílio, além de data-base anual, pagamento de auxílio moradia e alimentação, adicional de insalubridade, 13ª bolsa e aumento na licença-maternidade de quatro para seis meses. Em abril, houve paralisações de 24 horas em 23 estados. A greve, segundo a ANMR, foi último recurso ante a indiferença do governo para o movimento.


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