A antiga arte do bordado - no passado usada para decorar roupas, enxovais e objetos de decoração - ressurgiu nos últimos anos como um instrumento de reflexão e representação próximo da linguagem artística, abrindo-se para propostas culturais, pedagógicas e de lazer.
Pela primeira vez o Espaço Cultural BRDE – Governador Celso Ramos traz uma exposição dessa arte. A exposição As Linhas do Corpo exibe telas bordadas usando o corpo como tema. A ideia de desenvolver uma exposição veio da bordadeira, artista e psicóloga Susan Mariot, que reuniu para a mostra bordadeiras de um grupo de bordado do qual participa e também bordadeiras convidadas, já reconhecidas por seu trabalho.
“Bordar pode ser uma atividade que se faz só, na quietude e no silêncio, trazendo paz para o momento de solitude. Mas também pode ser feito em grupo, possibilitando encontros”, explica Susan. “Traz a conversa gostosa, o olhar ampliado para a beleza de outro bordado, o compartilhamento de sonhos e experiências e a escuta do outro. Bordar em grupo pode ser um bálsamo para as dores e enfrentamentos do dia a dia.”
A escolha do tema pretende mostrar o corpo como ferramenta de expressão do inconsciente. “Bordar as linhas do corpo é dar uma possibilidade de contemplar o corpo para além do enaltecido pela estética, o corpo ‘comercial’, que deve se enquadrar nas expectativas sociais. Teremos a possibilidade de olhar o corpo por dentro, por fora, o corpo nu, o corpo vestido, o corpo que cria, que dança, que renasce após experiências de dor”, explica Susan.